O governador eleito, João Doria (PSDB), escolheu seu vice, Rodrigo Garcia (DEM), para comandar a Secretaria de Governo, órgão responsável por tocar a máquina do Estado e pelo qual passam todos os projetos do Executivo. Segundo interlocutores, o tucano já começou a fazer um esboço do seu secretariado e cogita nomes que não conseguiu emplacar na Prefeitura da capital em 2016.
O nome preferido de Doria para a Fazenda, por exemplo, é o da economista Ana Carla Abrão, que é conselheira do tucano e já foi secretária da Fazenda do governo de Goiás. Em 2016, ela foi sondada para ocupar a mesma pasta na capital paulista quando o tucano foi eleito prefeito, mas declinou do convite. Em seu lugar, Doria convidou o economista Caio Megale, que permanece até hoje na gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB).
Para a Educação, o educador Mozart Neves Ramos, ex-secretário em Pernambuco e diretor do Instituto Ayrton Senna, é o nome mais cotado dentro da equipe do futuro governo. Mozart também foi sondado pelo tucano em 2016. Da mesma forma, Doria voltou a flertar com o médico e empresário Cláudio Lottenberb para comandar a Saúde. Ex-presidente do Hospital Albert Einstein e presidente da United Health, empresa que comprou a Amil, ele já havia sondado há dois anos para compor a equipe municipal.
Ex-chefe de gabinete de Doria, Wilson Pedroso pode assumir a Secretaria da Casa Civil ou ser secretário particular do governador. Braço-direito do tucano, ele é um dos responsáveis por coordenar a transição ao lado de Rodrigo Garcia. Importante aliado da campanha de Doria, o ex-prefeito e ministro das Comunicações, Gilberto Kassab (PSD), deve ganhar uma secretaria caso não receba convite para permanecer no governo federal com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
No entorno de Doria é dado como certo de que nenhum secretário do governo Márcio França (PSB), adversário do tucano no segundo turno, permanecerá na nova gestão, incluindo quadros do PSDB, como o atual secretário de Governo, Saulo de Castro, que apoiou França na eleição e teve pedido de expulsão do partido aprovado pela executiva municipal da legenda e depois revogada pela executiva nacional.
Ainda assim, ex-secretários do governo Geraldo Alckmin (PSDB), como o médico David Uip (Saúde), podem voltar para o governo. Da mesma forma, secretários que deixaram a Prefeitura junto com Doria em abril deste ano, como Julio Serson (Relações Internacionais), devem voltar para a máquina pública. Na Comunicação, o atual subsecretário municipal, Fábio Santos, pode subir da Prefeitura para o Estado.
Para tentar atrair o apoio do PSL, que elegeu a maior bancada na Assembleia Legislativa, com 15 deputados, a equipe de Doria cogita o nome de Frederico D' Ávila, que foi eleito deputado estadual pelo partido de Bolsonaro. Próximo ao PSDB, ele é diretor da Sociedade Rural Brasileira e colaborou com o programa do presidente eleito.
Pedro Venceslau e Fabio Leite, O Estado de S. Paulo