segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Bolsonaro deve manter Ivan Monteiro na Petrobras e Nelson de Souza na Caixa

 Ivan Monteiro, presidente da Petrobras Foto: ALAN SANTOS / AFP
Ivan Monteiro, presidente da Petrobras Foto: ALAN SANTOS / AFP

O presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, deverá permanecer na presidência da estatal, segundo fontes ligadas à  equipe econômica do presidente eleito, Jair Bolsonaro. O novo governo teria sido convencido a não trocar o comando da empresa em meio ao processo de reestruturação que vem sendo implementado pelo executivo. A avaliação é que a permanência dele é vital para a recuperação da empresa, disse uma fonte.

De perfil técnico, Monteiro foi levado para a Petrobras por Aldemir Bendine e permaneceu na empresa mesmo depois que o chefe foi trocado por Pedro Parente. Bendine hoje está preso, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro pela Operação Lava-Jato. Como diretor financeiro, Monteiro foi um dos responsáveis pela implementação do plano de reestruturação da Petrobras. Quando Parente caiu por causa da greve dos caminhoneiros, Monteiro virou presidente da empresa.

A secretária-executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, agora tem poucas chances de assumir a presidência da Caixa Econômica Federal. A indicação chegou a ganhar força na semana passada, mas segundo interlocutores, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, teria ficado incomodado com um movimento de promoção de Ana Paula  ao cargo "goela a baixo". Indagado, ele respondeu que havia um problema  de " motivação" para participar do novo governo.
Com isso, cresce a possibilidade de permanência do atual presidente da Caixa, Nelson de Souza. Ele foi presidente do Banco do Nordeste. Na Caixa, tem atuado em linha com Vescovi, presidente do conselho de administração do banco e tem colhido bons resultados, dispensando aportes da União na instituição.
O atual secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, também deve continuar no governo e fazer parte do ministério da Economia, que será comandado por Paulo Guedes. Ainda não há confirmação oficial, mas Guedes e equipe gostam do trabalho do economista e, por isso, decidiram mantê-lo no governo. O cargo que deve ser ocupado por ele ainda não foi informado.
Especialista em contas públicas, Mansueto é mestre em Economia e técnico de planejamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Antes de ir para o comando do Tesouro, foi secretário de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loteria (Sefel) da Fazenda quando Henrique Meirelles era ministro da pasta.

Geralda Doca e Manoel Ventura, O Globo