quinta-feira, 26 de abril de 2018

Aperto de mãos abre cúpula histórica entre as duas Coreias

Com O Globo e agências internacionais


PANMUNJON, COREIA DO SUL - O ditador norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, acabaram de abrir na manhã desta sexta-feira (quinta-feira à noite no Brasil) a primeira reunião de cúpula entre os dois países. Pouco depois das 9h locais (21h em Brasília), os dois se cumprimentaram com um aperto de mãos na cidade de Panmunjong, na Zona Desmilitarizada entre os dois países, e Kim convidou o sul-coreano a atravessar a linha que marca o início do território do Norte.


Kim Jong-un e Moon Jae-in atravessam de mãos dadas a fronteira entre a Coreia do Norte e a do Sul, na primeira cúpula entre os dois países desde 2007 - Governo sul-coreano / AP

De mãos dadas, os dois atravessaram então do Norte para o Sul.

"Kim Jong-un discutirá de coração aberto com Moon Jae-in todas as questões que surjam para melhorar as relações intercoreanas e se obter a paz, a prosperidade e a reunificação da península da Coreia", disse a agência oficial norte-coreano quando o dirigente partiu para o encontro.

Esta é terceira reunião intercoreana, após os encontros celebrados em Pyongyang em 2000 e 2007, e marca um ponto de inflexão após a aproximação diplomática que se seguiu a um período de alta tensão na península.

Kim é o primeiro líder norte-coreano a entrar no Sul desde a Guerra da Coreia, há 65 anos.
Kim foi recebido por uma guarda de honra e percorrerá a pé com Moon o percurso até a Casa da Paz de Panmunjom, onde foi assinado o armistício de 1953.

A questão do arsenal nuclear de Pyongyang estará no centro da cúpula, após o país obter um rápido progresso em sua tecnologia atômica sob o mandato de Kim, que herdou o poder de seu pai em 2011.

Os norte-coreanos também desenvolveram mísseis balísticos capazes de atingir o território americano, o que acrescentou tensão entre Washington e Pyongyang.

Mas os Jogos Olímpicos de Inverno em Pyeongchang, no Sul, marcaram o início de uma distensão palpável na Península Coreana.

No sábado, Kim anunciou uma moratória nos testes nucleares e nos lançamentos de mísseis balísticos de longo alcance, afirmando que já cumpriram com seus objetivos.