sábado, 28 de abril de 2018

Com ofertas de US$ 7 bilhões, Petrobras está perto de decidir sobre venda de rede de gasodutos


Fachada da Petrobras - Pedro Teixeira / Pedro Teixeira


Reuters


A Petrobras está perto de decidir como será a próxima fase da venda da rede de gasodutos Transportadora Associada de Gás (TAG). De acordo com a Reuters, quatro fontes ligadas ao negócio confirmaram a informação na sexta-feira.

A empresa, que já recebeu ofertas superiores a US$ 7 bilhões pelo ativo, deve decidir provavelmente na segunda-feira como o processo vai prosseguir, se haverá uma segunda rodada com vários competidores ou se a companhia entrará em conversas exclusivas apenas com o consórcio que apresentar a melhor proposta.

Uma reunião do Conselho de Administração da empresa no dia 7 de maio aprovará a decisão tomada pela diretoria nos próximos dias. A TAG possui cerca de 4.500 quilômetros de gasodutos no Nordeste do Brasil.

A Petrobras não comentou o caso.

Estatal recebeu propostas

Três grupos —um liderado pelo australiano Macquarie Bank, outro pelo fundo soberano Mubadala Development e um pela empresa de energia francesa Engie SA— entregaram propostas, incluindo os compromissos de financiamento e os contratos de aquisição no dia 19 de abril.

Segundo as regras estipuladas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), uma segunda rodada entre os concorrentes é obrigatória se as propostas tiverem diferenças de valor inferiores a 10 por cento.

Uma segunda rodada também é exigida se a Petrobras escolher apenas um concorrente para negociar com exclusividade.

A Petrobras pediu que os consórcios fizessem suas propostas com base nos balanços da TAG de dezembro do ano passado, e que os preços fossem corrigidos pelo CDI mais 3% até a data de fechamento do negócio.

Todas as ofertas têm componente de dívida, segundo as fontes.

O grupo liderado pelo Macquarie, que inclui o fundo de pensão canadense CPPIB, o fundo soberano GIC e as holdings brasileiras Itaúsa Investimentos SA e Cambuhy Investimentos SA, está sendo assessorado financeiramente pelo Bank of America e pelo Banco Bradesco SA.

Espera-se que a oferta do Macquarie tenha um componente de cerca de 60% de dívida, segundo fontes com conhecimento do assunto.

O grupo formado por Mubadala e EIG Global Energy Partners recebeu a adesão da empresa italiana Snam SpA como operadora e acionista. Dois fundos, King Street Capital Management e Farallon Capital Management, estão em negociações para entrar no grupo. Ambos não comentaram o assunto.

O banco Goldman Sachs & Co está financiando o grupo do Mubadala, e pessoas com conhecimento do assunto dizem que até 80% da oferta pode ser financiada por dívida.

Segundo uma das fontes, a Engie está em conversas com o fundo de pensão canadense Caisse de Depot et placement du Quebec como um potencial parceiro.

As companhias mencionadas não comentaram o assunto.