Com ajuda do ambiente externo, o dólar comercial encontra espaço para cair ante o real nesta terça-feira. Às 12h32, a moeda americana era cotada a R$ 3,869 na compra e a R$ 3,871 na venda, recuo de 0,41%. Na segunda-feira, a cotação de fechamento de R$ 3,887, alta de 1,65%. Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o índice de referência Ibovespa tem leve queda de 0,19%, aos 45.035 pontos.
Contribuem para essa queda a melhora dos da economia chinesa e a expectativa de novos estímulos monetários na Europa - com maior liquidez, sobra mais dinheiro para investir nos países emergentes. O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria e do setor de serviços subiram em novembro na China. No exterior, o “dollar index”, calculado pela Bloomberg e que mostra o comportamento do dólar frente a uma cesta de dez moedas, tem recuo de 0,31%.
Apesar do recuo, o gerente de câmbio da corretora Icap do Brasil, Ítalo Abucater, lembra que no curto prazo e para 2016 a tendência da moeda é de alta. Do lado interno, os problemas políticos e econômicos continuam. Externamente, é esperada para esse mês o início do processo de alta de juros por parte do Federal Reserve (Fed, o bc americano).
— O fluxo de recursos em novembro foi positivo e ajudou a desvalorizar o dólar. Mas o cenário político voltou a piorar. Essa queda hoje é só uma realização em relação aos ganhos dos últimos pregões. Não vejo motivo para o dólar ficar abaixo de R$ 4 — avaliou.
Ricardo Gomes da Silva Filho, analista da Correparti Corretora de Câmbio, reforça que pressionam a divisa os desdobramentos da operação Lava-Jato; o cenário político, com a votação sobre o processo de quebra de decoro por parte do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)) e a visita da Standard & Poor’s ao Brasil a partir desta terça-feira. Além disso, a economia continua dando sinais de fragilidade. O PIB do terceiro trimestre recuou 1,7%. “O dólar a qualquer momento pode retomar seu viés de alta rumando novamente aos R$ 4,00”, avaliou, em relatório a clientes.
BOLSA EM ALTA
Na Bolsa, as ações mais negociadas jogam o Ibovespa para o terreno negativo. As ações preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras operam em queda de 1,04%, cotadas a R$ 7,59, e as ordinárias (ONs, com direito a voto) está estáveis, a R$ 9,40. Os papéis da Vale, que na segunda-feira atingiram a mínima em 12 anos, voltaram a cair. Os preferenciais recuam 0,47% e os ordinários têm variação negativa de 0,37%.
O setor bancário, que possui o maior peso na composição do Ibovespa, registra ganhos tímidos nesta terça-feira. As ações preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco sobem, respectivamente, 0,32% e 0,18%. No caso do Banco do Brasil, o ganho é de 0,61%. As ações do BTG Pactual, que estão fora do Ibovespa, recuam 2,96%. Desde o anúncio da prisão de André Esteves, no último dia 25, a queda acumulada é de 34,4%.
No exterior, os principais índices do mercado acionário operam sem tendência definida. O DAX 30, de Frankfurt, tem leve queda de 0,20%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, registra desvalorização de 0,32%. No caso do FTSE 100, de Londres, a alta é de 0,69%.