terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Dilma ´trambique` altera lei e inclui Brizola, responsável pelo aumento do tráfico e violência no Rio, em livro de heróis da pátria


Leonel Brizola em 1997: pedetista foi incluído em livro de heróis da pátria - Ricardo Leoni / 23-10-1997 / Ricardo Leoni / 23-10-1997

Catarina Alencastro - O Globo




A presidente Dilma Rousseff alterou a lei que registra personalidades brasileiras no Livro dos Heróis da Pátria e inscreveu o político Leonel Brizola como herói. Ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, Brizola fundou o PDT, partido no qual Dilma traçou sua carreira política.

A mudança na lei reduz de 50 para dez anos após a morte o período necessário para que a homenagem seja feita. A alteração foi aprovada pelo Congresso, por meio de projeto do deputado Vieira da Cunha, e sancionada por Dilma. A nova regra foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira.

Segundo a lei, ficam registrados perpetuamente no Livro dos Heróis da Pátria o nome dos brasileiros ou de grupos de brasileiros que tenham oferecido a vida à Pátria, para sua defesa e construção, com excepcional dedicação e heroísmo. Há 31 heróis inscritos, entre eles Tiradentes, Zumbi dos Palmares, Santos Dumont e D. Pedro I. O livro fica depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

Brizola foi um líder histórico do trabalhismo no Brasil. A trajetória de Dilma cruzou-se com a do pedetista após o retorno dele ao país, ao fim da ditadura militar. Ao lado do então marido Carlos Araújo, Dilma se juntou a Brizola para recriar o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), mas foram derrotados pra o grupo de Ivete Vargas (cuja mãe era sobrinha de Getúlio Vargas). Dilma então participou da fundação do PDT no Rio Grande do Sul.

Em 1989, primeira eleição direta à Presidência após a ditadura, Brizola foi candidato e ficou em terceiro lugar. Em 1998, Brizola concorreu na chapa de Lula, como candidato a vice-presidente. Dilma permaneceu ao PDT até 2000, quando se filiou ao PT. Brizola morreu em junho de 2004. Em seu primeiro mandato como presidente, Dilma nomeou Brizola Neto como ministro do Trabalho, cargo que ele ocupou por menos de um ano.