Isadora Peron - O Estado de São Paulo
Secretário de Finanças e Planejamento do PT virou réu na Justiça Federal do Paraná pelo suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobrás
Após o secretário de Finanças e Planejamento do PT, João Vaccari Neto, virar réu na Justiça Federal do Paraná pelo suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobrás, a oposição voltou a adotar a estratégia de colar a imagem dele à da presidente Dilma Rousseff.
"A oposição brasileira renova a pergunta à presidente Dilma: ela mantém a confiança no sr. João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, que agora passou a ser formalmente réu na Operação Lava Jato?", questionou o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB). Em 2014, na campanha eleitoral, o presidente nacional do partido, senador Aécio Neves (MG), então candidato a presidente, perguntou em diversos debates se Dilma confiava em Vaccari Neto. A presidente costumava rebater a pergunta com acusações de que a legenda também estava envolvida em escândalos de corrupção.
Nesta segunda-feira, 23, a Justiça Federal abriu ação penal contra o secretário de Finanças e Planejamento do PT e o diretor de Serviços da estatal entre 2003 e 2012, Renato Duque, por corrupção e lavagem de dinheiro. A decisão acatou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) que implica, além de Vaccari Neto e do ex-diretor da Petrobrás Duque, outros 25 investigados. Esse é o primeiro processo criminal aberto contra Vaccari Neto e Duque, acusado de ser o elo do PT no esquema de corrupção e propinas na empresa.
Defesa. Coube ao líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), defender o secretário de Finanças e Planejamento do PT. "Até o presente momento, eu não conheço nenhuma prova consistente que diga da participação do tesoureiro do PT em qualquer tipo de esquema de corrupção", afirmou.
Costa, no entanto, disse preferir não se manifestar sobre se era ou não a favor da permanência de Vaccari Neto na tesouraria da sigla. "Essa é uma discussão que o PT tem que fazer", disse.