segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Eletrobras reacende o interesse por papéis de estatais na Bolsa



Linhas de transmissão de Itaipu - Adriano Machado / Bloomberg News


João Sorima Neto e Rennan Setti - O Globo




A euforia na Bolsa de Valores após o anúncio de que a Eletrobras será privatizada colocou em evidência as ações de estatais. O apetite dos investidores por esses papéis foi aguçado pelo salto de quase 50%, em um único dia, das ações ordinárias (ON, com direito a voto) da companhia. O valor de mercado de 13 estatais (incluindo a Eletrobras) avançou 5,02% em apenas três pregões, contra 2,16% de toda a Bolsa. Segundo especialistas, a valorização se sustenta na sinalização de um ambiente de negócios mais eficiente e menos vulnerável à influência política, não pela expectativa de privatizações em série. Eles alertam, porém, que os papéis ligados a empresas do governo embutem um risco maior para o investidor.


— Eu diria que as ações de estatais têm um risco entre três e cinco vezes maior do que papéis de companhias privadas, por conta da ingerência política do governo — diz o consultor de investimentos Paulo Bittencourt.

Adeodato Volpi Netto, da Eleven Financial Research, considera o movimento recente do mercado “uma demonstração de mudança estrutural”:

— Para os investidores, quanto menos governo nas companhias, melhor. É um movimento muito mais de Brasil como um todo do que de estatais especificamente. É Bolsa para cima e risco-país e CDI para baixo. Isso acaba criando um círculo virtuoso — afirma. — Até porque os formatos que eventuais privatizações podem tomar e os momentos em que elas podem ocorrer são bem diferentes.

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