LAÍS ALEGRETTI - Folha de São Paulo
A balança comercial iniciou o segundo semestre com um superavit de US$ 6,3 bilhões em julho, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (1º) pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
O resultado é o maior saldo positivo registrado em meses de julho, segundo a série história do governo, que começa em 1989. Em julho do ano passado, o superavit foi de US$ 4,6 bilhões.
O superavit de US$ 42,5 bilhões no acumulado de janeiro a julho também é recorde para o período. Antes disso, o maior saldo positivo nos sete primeiros meses do ano tinha sido registrado em 2016, com superavit de US$ 28,2 bilhões.
O governo espera que a balança comercial encerre o ano com saldo positivo acima de US$ 60 bilhões. Em 2016, o superavit foi de US$ 47,7 bilhões.
"É uma expectativa realista. Estamos no sétimo mês do ano. Se necessário, pode ser revista. Dentro dos estudos que realizamos, é uma expectativa confiável. Melhor ser conservador", afirmou o secretário de comércio exterior, Abrão Neto.
ETANOL
A importação de etanol de janeiro a julho somou US$ 677 milhões, um aumento de 324% em relação aos sete primeiros meses de 2016. Em volume, representa 1,3 bilhão de litros, um crescimento de 280%.
A Camex (Câmara de Comércio Exterior) voltará a discutir neste mês o aumento da tarifa de importação do etanol. Desde 2010, o etanol importado não paga taxas para entrar no país.
Os produtores de cana-de-açúcar pressionam o governo para que eleve as barreiras contra o combustível que vem do exterior.
"A diferença de preços é um dos elementos que tem estimulado a importação do produto", disse Abrão Neto.