quarta-feira, 20 de abril de 2016

Comissão do Senado tem dois votos além do necessário para aprovação do impeachment


O plenário do Senado durante a leitura da autorização da Câmara para o processo de impeachment de Dilma - Evaristo Sa / AFP / 19-4-2016


Eduardo Bresciani e Cristiane Jungblut - O Globo



No dia em que os partidos indicaram os nomes dos parlamentares que vão formar a comissão especial do impeachment no Senado, a oposição formou, ao menos, 14 votos a favor do impedimento da presidente Dilma Rousseff, dois a mais do que é necessário para a aprovação do relatório, segundo levantamento do GLOBO. Apenas cinco dos indicados se posicionaram de forma contrária. Dois senadores não opinaram.

O 15º nome deve ser o do senador Raimundo Lira (PMDB-PB), que foi indicado à presidência da comissão e se declarou indeciso. Antes, ele havia dito que votaria a favor. Já o governo conta com os quatro votos do bloco formado por PT e PDT. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) também votará contra. (Veja abaixo como votam os senadores da comissão).

O senador Wellington Fagundes (PR-MT) ainda não se manifestou. O senador Raimundo Lira (PMDB-PB) tinha declarado voto a favor, mas, como foi escolhido pelo PMDB para presidir o colegiado, pediu para que fosse colocado como voto não declarado.

Até o momento, apenas o bloco formado por PT e PDT não formalizou as indicações, embora já tenha definido os nomes: Gleisi Hoffmann (PT-PR), José Pimentel (PT-PE), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Telmário Mota (PDT-RR). O prazo termina na sexta-feira.

COMISSÃO SERÁ ELEITA NA SEGUNDA-FEIRA

A comissão especial do impeachment deverá ser eleita na segunda-feira, com 21 titulares e 21 suplentes. O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) deverá ser o relator do processo na comissão. A sessão está marcada para as 16h.

Depois de eleito, o relator terá 10 dias úteis para apresentar um parecer, a favor ou contra, a admissão do processo. Em seguida, o relatório será votado pela comissão. Ainda não foi definido se a presidente Dilma Rousseff poderá apresentar defesa à comissão, como fez na Câmara dos Deputados. Se aprovado, o relatório será lido no plenário e, depois de 48h, votado. Em novo caso de aprovação, a presidente Dilma será afastada por 180 dias e o Senado levará adiante o processo.

Entre os 81 senadores, 46 já declararam ao GLOBO que apoiarão o procedimento. O número já é suficiente para aprovação do afastamento da presidente, mas para a cassação definitiva de Dilma ao final do processo será preciso ter o voto de 54 senadores, dois terços da Casa.

Confira como votarão os senadores da comissão:


A FAVOR
PMDB
Simone Tebet (PMDB-MS)
José Maranhão (PMDB-PB)
Rose de Freitas (PMDB-ES)
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Bloco PSDB/DEM/PV
Antonio Anastasia (PSDB-MG), relator
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)

Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Ronaldo Caiado (DEM-GO)
Bloco PSB/PPS/PCdoB/Rede*
Romário (PSB-RJ)
Fernando Bezerra (PSB-PE)
*O bloco só formalizará os nomes nesta sexta-feira
Bloco PR/PTB/PSC/PRB/PTC
Zezé Perrella (PTB-MG)
Bloco PP/PSD
Ana Amélia (PP-RS)
José Medeiros (PSD-MT)
Gladson Camelli (PP-AC)

CONTRA
Bloco PT/PDT*
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
José Pimentel (PT-PE)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Telmário Mota (PDT-RR)
*O bloco só formalizará os nomes nesta sexta-feira
Bloco PSB/PPS/PCdoB/Rede
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)

INDECISOS
PMDB
Raimundo Lira (PMDB-PB), presidente*
*Quando foi indicado à presidência da comissão, disse que virou indeciso; antes, havia informado que era a favor
PR/PTB/PSC/PRB/PTC
Wellington Fagundes (PR-MT)