sábado, 6 de setembro de 2025

'Churrasqueiro do Lula' provoca rombo de R$ 7,5 bilhões nos Correios

 Fabiano Silva dos Santos é o presidente da estatal desde agosto de 2023


O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil 


Os Correios enfrentam uma crise financeira sem precedentes durante a gestão de Fabiano Silva dos Santos — conhecido como “Churrasqueiro de Lula”. De janeiro de 2023 a julho de 2025, o prejuízo acumulado chegou a R$ 7,5 bilhões. O atual rombo marca a pior sequência negativa dos 362 anos da empresa pública. 

Somente no primeiro semestre de 2025, a estatal registrou um prejuízo de mais de R$ 4 bilhões, conforme o balanço divulgado nesta sexta-feira, 5. 

Para ter uma ideia, o valor ultrapassa em quase 20% o total de R$ 6,3 bilhões dos desvios investigados pela Operação Sem Desconto, voltada para fraudes do Instituto Nacional do Seguro Social. 

O déficit sob a gestão de Fabiano também supera três vezes o orçamento do Ministério do Esporte de 2024, de mais de R$ 2 bilhões. Para piorar a situação, é maior que os R$ 4 bilhões previstos para o programa Farmácia Popular em 2025. Também excede o gasto anual do auxílio gás, de R$ 3,5 bilhões. 

Correios na gestão Jair Bolsonaro 

O prejuízo atual supera o recorde anterior de 2015, quando, sob a expresidente Dilma Rousseff, a estatal fechou o ano com déficit de mais de R$ 2 bilhões. A situação difere do que ocorreu na gestão anterior. Na administração de Jair Bolsonaro, os Correios registraram lucro em três dos quatro anos.


Jair Bolsonaro, ex-presidente da República | Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo 


No mês de julho, Fabiano pediu demissão da diretoria dos Correios. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava ausente de Brasília na ocasião. O mandato do “Churrasqueiro de Lula” terminou em 6 de agosto de 2025. O União Brasil demonstrou interesse em indicar o próximo presidente da estatal. 

Disputas políticas e influência partidária 

Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado, busca assumir o comando dos Correios. O senador foi o responsável pela indicação de Frederico Siqueira Filho ao Ministério das Comunicações. Apesar de possíveis mudanças no posicionamento do partido, Alcolumbre mantém influência sobre a definição da sucessão na estatal. 




A Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor do Senado aprovou, na quarta-feira 3, um requerimento para investigar as irregularidades nos Correios. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), relator do pedido, afirmou que as denúncias que envolvem a estatal são “gravíssimas”.

Políticos do Partido dos Trabalhadores (PT) tentam atrapalhar as investigações. O senador Rogério Carvalho (PT-SE), por exemplo, classificou a aprovação como “uma manobra clara para atropelar o processo de apuração para que não haja debate”.  

Wiliam Grizafis - Revista Oeste