Montagem: Revista Oeste/Marcelo Camargo/Agência Brasil
Somos um pária global, que rejeita empresas de judeus, mas sai em defesa de terroristas que querem varrer Israel do mapa
H era seu adversário virava fascismo ou nazismo, e assim muita gente conclui automaticamente que, se nazistas disputavam o território com comunistas, então só poderiam ser de “direita”. Essa é uma tese que carece de embasamento, porém. Em minha opinião, o nacional-socialismo pode ser mais bem encaixado como uma ideologia totalitária de extrema esquerda. São várias evidências disso, como o fato de Hitler mesmo ter se dito alguém que iria superar o marxismo, fonte da qual bebeu intensamente, ou o de ter pregado a socialização do homem, o que tornaria supérfluo socializar os meios de produção. Seu programa de governo seria endossado quase integralmente por esquerdistas modernos, delegando ao Estado todo o poder.
Aliás, o direito de propriedade continuava apenas de jure na Alemanha Nazista, tendo sido eliminado de facto, já que era o Estado que controlava tudo.
Mas entendo que alguns podem querer enxergar o nazismo como uma reação da classe média ao comunismo, no afã de resgatar um passado idealizado, valores perdidos e, principalmente, a ordem e o orgulho nacional, o que poderia colocá-lo mais à direita para quem confunde um saudável patriotismo conservador com um nacionalismo tosco. O problema, claro, é que o stalinismo também foi nacionalista. E eis o maior perigo que vejo nesse debate: deixarem de lado as enormes semelhanças entre os experimentos comunista e nazista, como se fossem realmente antagônicos, ou pior, como se o nazismo e o fascismo estivessem mais próximos da direita, de Thatcher e Reagan, do que de Fidel Castro, Mao ou Pol Pot, que eram de extrema esquerda. E essa confusão prejudica muito o debate.
Afinal de contas, tudo vira nazismo na boca de esquerdistas radicais. Se você é conservador nos costumes, se respeita as tradições, se é patriota, se rejeita uma visão “progressista” de mundo, logo acaba rotulado de nazista, o que não faz o menor sentido. Na tática suja de comunistas, todos somos nazistas: menos aqueles que pregam abertamente a morte de judeus! A esquerda levou tão longe essa inversão que acusa até Israel, pasmem!, de nazismo, o que é uma bizarrice sem tamanho, além de uma grave ofensa. Israel luta para se defender de neonazistas, de terroristas islâmicos que, naquelas décadas de 1930 e 1940, eram aliados de Hitler em sua “solução final”.
\Desde então, o nazismo alemão desapareceu com a derrota da guerra, mas os muçulmanos fundamentalistas que desejam “varrer Israel do mapa” continuam representando uma enorme ameaça aos judeus. E com o apoio da esquerda radical
Nesta semana tivemos um caso que ilustra com perfeição a postura nazista do governo petista brasileiro. O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que o Palácio do Planalto estava interferindo nos negócios da pasta, principalmente na licitação para a compra de 36 blindados para a artilharia do Exército vencida por uma empresa israelense. Mesmo o próprio Tribunal de Contas da União (TCU) deu parecer favorável, mas barrada pela Presidência.
“Houve agora uma concorrência, uma licitação, e venceram os judeus, o povo de Israel. Mas, por questão da guerra, do Hamas, dos grupos políticos, nós estamos com essa licitação pronta, mas por questões ideológicas nós não podemos aprovar”, disse Múcio em um evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ele não especificou qual licitação foi barrada, mas a negociação em andamento se refere à licitação de quase R$ 1 bilhão vencida pela Elbit Systems pelos critérios técnico e de menor preço à frente de concorrentes da França, China e Eslováquia.
Essa divergência não é de agora, e Celso Amorim, aquele que escreve prefácio de terrorista do Hamas, atuava nos bastidores para impedir a vitória israelense. Os “judeus” não podem mais vencer licitações do governo brasileiro, pelo visto. É discriminação étnica e religiosa, claro, vedada em nossas leis. Mas quem liga para isso, não é mesmo? É o ódio do bem, já que o amor venceu. Todos sabemos da capacidade tecnológica israelense, mas o governo Lula rejeita essa expertise por questões ideológicas, enquanto tenta aproximar o Brasil ainda mais da China, da Rússia e até do Irã, sem falar dos terroristas do Hamas e do Hezbollah. Lula colocou oficialmente nosso país no eixo do mal.
Somos um pária global, que rejeita empresas de judeus, mas sai em defesa de terroristas que querem varrer Israel do mapa e eliminar judeus, tal como Hitler desejava. Como se sentem aqueles que fizeram o “L” para “salvar a democracia” diante de um quadro sombrio desses? O Brasil está nas mãos do nazipetismo, uma ideologia perversa, que protege os regimes mais nefastos do planeta enquanto demoniza tudo que presta, que é democrático e que resguarda as liberdades individuais.
E vale notar que havia sinais no passado, que nada disso pode ser uma grande surpresa para os mais atentos. Lula sempre defendeu tiranos psicopatas como Fidel Castro e Mao Tsé-tung, além do carniceiro Che Guevara. Esses foram seus heróis. E, numa entrevista para a Playboy, o petista encontrou espaço para tecer elogios até mesmo ao genocida do bigodinho estranho: “O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer”.
Sim, Hitler tentou mesmo fazer “algo” com muita determinação, e 6 milhões de judeus morreram no processo. Lula é menos ambicioso: só não quer o Brasil comprando nada de “judeus”. É a judeofobia dos nazipetistas, em pleno 2024!
Rodrigo Constantino, Revista Oeste