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Na última sexta-feira 27, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou condenações contra o empreiteiro Leo Pinheiro, principal delator do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato. Réu confesso, ele havia sido condenado a uma pena de mais de 30 anos de prisão. + Leia mais notícias de Imprensa em Oeste Também em setembro, Toffoli acabou com todos os atos, provas e processos relacionados a Raul Schmidt Felippe Júnior.
O empresário é acusado de participar de um esquema bilionário de desvio na Petrobras. Já em maio, o magistrado anulou todas as decisões judiciais que incriminavam o empresário Marcelo Odebrecht na mesma operação, que desvendou o maior esquema de corrupção da História do Brasil.
O Globo chama decisões de Toffoli de ‘desmonte’ da Lava Jato
Diante das decisões do juiz da Suprema Corte — que foi assessor de José Dirceu e advogado do PT —, a Folha de S. Paulo afirmou que “não há explicação razoável para a atuação errática da Justiça brasileira, em geral, e a do Supremo, em particular, nas investigações e ações conectadas à operação Lava Jato”.
Para a Folha, fim de processos da Lava Jato é ‘anistia irrestrita a corruptos confessos
Em seu editorial de opinião desta quarta-feira, 2, o jornal avalia que o “frenesi justiceiro” do início tornou-se uma “anistia irrestrita a corruptos confessos”. Nesse interim, enfatiza a Folha, não se deu oportunidade para a “aplicação zelosa da lei”. O texto afirma ainda que Dias Toffoli tem liderado “iniciativas monocráticas de derrubar no atacado toda e qualquer ação remotamente relacionada com as investigações originadas na vara federal de Curitiba”.
Toffoli manda soltar de ex-diretor da Gaviões da Fiel, suspeito de relação com o PCC A Procuradoria-Geral da República, recorreu, na segunda-feira 30, da decisão do ministro favorável a Raul Schmidt, denunciado por ocultação de bens e lavagem de dinheiro. A Folha espera, agora, uma reação por parte do STF. “Espera-se em especial do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, que o plenário do Supremo se reúna sem mais tardar para decidir se abona o festival da impunidade patrocinado por um membro solitário do colegiado”, disse o editor
Para o jornal, a maioria dos ministros, embora seja contra as atitudes de Toffoli, peca por omissão. “Ou deixa o colega atuar solto porque, no fundo, concorda com ele”. Leia também a reportagem “Lá não tem Toffoli“ , de Myllena Valença, na edição 209 da Revista Oeste
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