sábado, 25 de setembro de 2021

Após acordo com os EUA, filha do fundador da Huawei deixa prisão domiciliar no Canadá e volta à China

Conhecida como a 'princesa da Huawei', ela pousou na cidade de Shenzhen a bordo de um voo fretado


Diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou | Foto: Reprodução/Huawei
Diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou | Foto: Reprodução/Huawei

A diretora financeira da empresa de tecnologia Huawei, Meng Wanzhou, chegou à China neste sábado, 25, encerrando uma disputa de extradição de quase três anos.

A filha do fundador da Huawei recebeu permissão para voltar para casa após chegar a um acordo com promotores norte-americanos na sexta-feira 24 em um processo contra ela por fraude financeira. Ela foi acusada ter violado sanções impostas ao Irã.

Meng estava no Canadá em prisão domiciliar com um pedido de extradição para os Estados Unidos em aberto. O acordo resultou no cancelamento da solicitação. A executiva teria concordado em admitir que cometeu delitos. A Huawei disse que vai se defender de acusações.

O drama de extradição que durou anos tem sido uma fonte central de discordância entre Pequim e Washington. Autoridades chinesas sinalizaram que o processo teria que ser retirado para encerrar um impasse diplomático.

Conhecida na China como a “princesa da Huawei”, ela pousou na cidade de Shenzhen a bordo de um voo fretado. A imprensa estatal chinesa deu as boas-vindas a Meng de volta à “pátria-mãe” neste sábado, classificando as acusações de fraude bancária como sem fundamento.

“Ato recíproco”

Como registra a agência Reuters, no mesmo dia em Meng Wanzhou foi liberada, dois canadenses detidos em Pequim por mais de mil dias voltaram para casa.

A imprensa chinesa ficou quieta sobre Michael Kovrig e Michael Spavor, os dois cidadãos do Canadá libertados da custódia da China em um ato aparentemente recíproco de Pequim.

Detidos pelas autoridades chinesas apenas dias depois da prisão de Meng, eles também foram libertados horas depois de Meng, afirmou o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau.

Afonso MarangoniRevista Oeste