'Com relação ao presidente da República, isso me parece o ápice das ilegalidades', disse o senador
O senador Marcos Rogério (DEM-RO) classificou como “o ápice das ilegalidades” o pedido apresentado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o presidente Jair Bolsonaro seja investigado no âmbito do chamado inquérito das fake news, que apura a disseminação de supostas notícias falsas. O pedido foi aprovado pelo plenário da corte, por unanimidade, na noite de segunda-feira 2.
“Estamos diante de uma agressão sem precedentes à Constituição. Uma agressão ao devido processo legal. Sou um crítico do inquérito das fake news desde o seu nascedouro porque ele já nasceu errado. O que nasce errado não termina certo”, afirmou Rogério em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, na manhã desta terça-feira, 3.
“São arbitrariedades e ilegalidades que continuam acontecendo. Com relação ao presidente da República, isso me parece o ápice das barbaridades, o ápice das ilegalidades”, prosseguiu o senador. “Se querem processar o presidente, que o façam seguindo o devido processo legal.”
CPI
Na entrevista, Marcos Rogério também comentou a retomada dos trabalhos da CPI da Covid. O reverendo Amilton Gomes de Paula, fundador da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), será ouvido hoje pela comissão — ele teria negociado a venda de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca em nome do governo brasileiro.
“Espero que a CPI tenha o propósito de investigar corrupção de verdade, e não apenas ficar rodando em círculos e gerando narrativas com foco no embate político. Espero que haja uma investigação alargada para incluir Estados e municípios, onde há suspeitas gravíssimas da prática de corrupção. Mas não me parece ser essa a vontade e a disposição do núcleo dominante da CPI”, disse o senador. “Eles querem continuar produzindo narrativas e investigando fatos absolutamente inexistentes: contratos que nunca existiram, compras que não foram feitas e pagamentos que nunca existiram.”
Rogério também criticou o pedido de quebra do sigilo bancário da Rádio Jovem Pan apresentado pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL). “Talvez seja um dos maiores absurdos que eu já tenha visto no âmbito de uma CPI do Parlamento brasileiro, que é tido sempre como uma casa de defesa das garantias constitucionais dos profissionais, sejam eles da comunicação ou não”, afirmou.
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Fábio Matos, Revista Oeste