Denúncia feita pela ONU revela que os procedimentos também têm como alvo uigures, tibetanos, muçulmanos e cristãos
Corações, rins, fígados e córneas. Esses são os órgãos mais extraídos de prisioneiros do Partido Comunista da China (PCC), com a finalidade de vender no mercado negro. É o que revelou denúncia feita pela Organização das Nações Unidas (ONU), baseada em depoimentos de testemunhas da barbárie.
“As extrações forçadas de órgãos parecem ter como alvo representantes de minorias étnicas, linguísticas, ou religiosas, que estão detidos muitas vezes sem serem informados sobre os motivos de sua prisão, ou sem um mandado de prisão”, informaram especialistas da ONU, em nota conjunta, emitida na segunda-feira 14.
O documento da ONU lança luz sobre uma rede organizada que atua na área. “Essa forma de tráfico médico envolve profissionais da área da saúde, inclusive cirurgiões, anestesistas e outros especialistas médicos”, salienta a papelada, ao mencionar que as remoções também têm como alvo uigures, tibetanos, muçulmanos e cristãos detidos no país asiático.
Em comunicado, o PCC negou as acusações de extração forçada de órgãos de presos políticos, prática que teria sido extinta em 2015 por Pequim. Durante décadas, a maioria dos procedimentos cirúrgicos envolveu condenados à morte ou presos já mortos, muitas vezes sem o consentimento das famílias.
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Com informações da AFP
Cristyan Costa, Revista Oeste