Recuperando-se em casa de uma pneumonia, Renan Calheiros aproveitou o tempo ocioso para assumir no Twitter o papel de bedel de Sergio Moro. Após ler no UOL notícia sobre a decisão do futuro ministro da Justiça de criar duas novas secretarias, Renan escreveu:
“…Vejo com preocupação matéria no UOL dizendo que Moro vai criar secretarias nacionais para delegados por MP (medida provisória) ou decreto regulamentador, sem conversar com o Legislativo. Decreto, só quando a MP vira lei. Decreto Regulamentador sem lei é Decreto-lei!”
Numa segunda mensagem, Renan anotou: “Só para lembrar, o Brasil, pelo Congresso Nacional, foi quem mais avançou no combate à corrupção e organizações criminosas.”
Na mesma entrevista em que apresentou os nomes de seus novos auxiliares e os ajustes no organograma de sua futura pasta, Moro contou aos jornalistas que havia telefonado para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Pediu ao deputado que retirasse da pauta de votações o mais recente “avanço” legislativo proposto por Renan Calheiros.
Sem citar o nome de Renan —cliente de caderneta da Lava Jato, com 14 processos no Supremo—, Moro criticou o projeto subscrito pelo senador. Prevê alterações legais que suavizam punições e antecipam a saída de presos, inclusive os condenados por corrupção.
“Eu não penso que se resolve o problema da criminalidade simplesmente soltando os criminosos”, disse Moro aos repórteres. “Claro que a superlotação é um problema, isso tem que ser trabalhado, mas simplesmente abrir as portas das cadeias não é a melhor solução, na minha opinião, isso tem que ser enfrentado de uma outra maneira.”
Rodrigo Maia ficou de consultar os líderes partidários sobre o pedido de adiamento feito por Moro. A intervenção do futuro titular da pasta da Justiça lançou um facho de luz sobre uma proposta que Renan e outros encrencados do Congresso preferiam aprovar na surdina, bem longe dos refletores.
Com Blog do Josias, UOL