segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Em ato falho, Onyx diz que foi à casa de Maia com 'ministro' Bebianno

Num aparente descuido, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), escalado para a Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro, referiu-se nesta segunda-feira, 12, ao advogado Gustavo Bebianno como "futuro ministro". A declaração ocorreu durante entrevista no CCBB, prédio onde funciona o governo de transição, quando o parlamentar relatava que esteve juntamente com o "futuro ministro" Bebianno num encontro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).  
Na campanha presidencial deste ano, Bebianno atuou como assessor direto de Bolsonaro e ainda presidiu o PSL. 
Onyx Lorenzoni
Onyx Lorenzoni, ministro extraordinário do governo de transição do presidente
eleito Jair Bolsonaro (PSL), concede entrevista coletiva em Brasília.
Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO
Questionado se tinha anunciado oficialmente Bebianno como ministro ou teve apenas um ato falho, Onyx Lorenzoni respondeu tratar-se apenas de um "desejo pessoal" de ver no ministério um dos aliados que mais trabalharam na campanha. Bebianno poderia assumir a pasta da Secretaria-Geral da Presidência, um órgão que funciona como uma espécie de prefeitura do Palácio do Planalto. No governo de Luiz Inácio Lula da Silva – condenado e preso pela Operação Lava Jato, a secretaria fazia a interlocução com movimentos sociais.

Onyx diz que acumulará interlocução com Congresso e coordenação de governo

Onyx Lorenzoni relatou que a sua pasta acumulará a interlocução com o Congresso e a coordenação dos ministérios. No atual governo, de Michel Temer, as conversas com os parlamentares são coordenadas pela pasta da Secretaria de Governo e a gerência das atividades dos ministérios é de responsabilidade da Casa Civil.

Pelo desenho elaborado até aqui pela equipe de Bolsonaro, o Palácio do Planalto contará ainda com as pastas do Gabinete de Segurança Institucional, chefiada pelo general reformado Augusto Heleno Ribeiro, e a Secretaria-Geral da Presidência, que poderá ser comandada pelo advogado Gustavo Bebianno.

Anne Warth e Leonencio Nossa, O Estado de S.Paulo