A equipe do presidente eleito já vinha defendendo que a pasta fosse unida a outro ministério. A ideia seria transformá-la em uma secretaria ligada à Presidência da República. Os dois fundos geridos pelo ministério, o FGTS e o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), poderiam migrar para um superministério da Economia.
Na avaliação de integrantes da equipe de transição, o Ministério do Trabalho perdeu relevância e serviria apenas como cabide de emprego, além de ser foco de corrupção. Antevendo o fim da pasta, técnicos do ministério chegaram a procurar a equipe de transição para dizer que a medida é prejudicial a trabalhadores.
A assessoria de imprensa da pasta chegou a divulgar nota lembrando que o órgão completará 88 anos no próximo dia 26 e que foi criado para equilibrar as relações entre trabalhadores e empregadores.
As centrais sindicais fizeram coro às reclamações dos técnicos. Em nota, a Força Sindical considerou "nefasta" a ideia de extinguir o ministério. Já CUT considerou que a medida "levará a uma nova ofensiva de retirada de direitos e de precarização das relações de trabalho".
Na noite de terça-feira, o ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, futuro ministro da Casa Civil, ironizou a reclamação das centrais . Disse que, se dependesse dos sindicatos, Bolsonaro não teria sido eleito e que o governo vai fazer "o que é melhor para o Brasil".
Em relação ao Ministério da Defesa, o presidente eleito também não quis dar mais detalhes, além de sugerir que o titular da pasta será um militar.
Questionado sobre o senador Magno Malta, que não se reelegeu, Bolsonaro disse que ele pode, sim, se tornar ministro em seu governo.
— Ele (Magno Malta) tem condições de ser — disse Bolsonaro, sem divulgar mais detalhes.
No entanto, o presidente eleito afirmou ainda que não existirá um Ministério da Família, uma das possíveis pastas que, segundo especulações, seria assumida por Malta.
Bolsonaro afirmou que o assunto está sendo tratado com Onyx Lorenzoni.
Mateus Coutinho, O Globo