Economia encolhe 1,7% no terceiro trimestre;
nem Grécia e Ucrânia tiverem três trimestres de queda
O PIB do país registrou queda de 1,7% no terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores e de 4,5% em comparação com o mesmo período de 2014. No acumulado do ano, entre janeiro e setembro, a economia brasileira já encolheu 3,2%. Esse é o pior resultado desde o início da série histórica do IBGE, em 1996.
Entre os segmentos, a indústria é o que tem o pior desempenho em 2015. Nos três trimestres do ano, o recuo do setor é de 5,6%, e, em relação ao mesmo período do ano passado, a queda é de 6,7%. O setor de serviços também tem números muito ruins, com destaque negativo para o comércio, que recuou 2,4%. Até mesmo a agropecuária vai mal. Em comparação com o segundo trimestre, o segmento registrou queda de 2,4%.
Outro dado péssimo: o consumo das famílias recuou 4,5% em relação ao trimestre anterior. É a maior queda desde o início da série histórica, em 1996.
A retração de 1,7% do PIB no terceiro trimestre foi a maior queda entre 41 países que já divulgaram o seu dado de julho a setembro. E não é só isso: a recessão brasileira é também a mais longa em todo o mundo.
O resultado chama atenção porque aconteceu em um período em que boa parte da economia mundial teve crescimento: dos 41 países analisados, 35 obtiveram resultado positivo ou ficaram estagnados. Além do Brasil, somente Dinamarca, Japão, Taiwan, Grécia e Estônia encolheram no terceiro trimestre. Entre os países da América Latina, apenas Chile e Colômbia já anunciaram seus dados de julho a setembro. O primeiro cresceu 0,4%, e o segundo, 0,8%.
Mais um destaque negativo: o PIB brasileiro acumula o terceiro trimestre consecutivo de retração, uma sequência que nem mesmo Grécia e Ucrânia, dois países que vivem crises graves, obtiveram no período.