quarta-feira, 2 de junho de 2021

Funcionários do Facebook pedem mudanças em torno de conteúdo palestino

Quase 200 pessoas assinaram uma carta aberta aos executivos da empresa


Facebook: carta aberta de funcionários sobre conteúdos pró-Palestina
Facebook: carta aberta de funcionários sobre conteúdos pró-Palestina | Foto: Reprodução/Pexels

Cerca de 200 funcionários do Facebook assinaram uma carta aberta em que pedem que a liderança da empresa enderece preocupações de que conteúdos pró-Palestina estão sendo suprimidos pelos sistemas de moderação de conteúdo da rede social.

A carta, conforme reporta o jornal Financial Times, que teve acesso ao documento, foi postada no mural interno de mensagens da empresa por grupos de funcionários chamados “Palestinians@” e “Muslims@”. O documento pede que o Facebook introduza novas medidas para garantir que o conteúdo pró-Palestina não seja injustamente retirado ou rebaixado, como alguns funcionários e críticos afirmam ter acontecido durante o recente conflito em Gaza.

A carta também pede uma auditoria externa sobre as ações de fiscalização em torno de conteúdos árabes e muçulmanos, e o encaminhamento, para seu conselho de supervisão independente, de um post do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu que descreve civis palestinos como terroristas. Também solicita uma força-tarefa interna para “investigar e lidar com potenciais vieses” em seus sistemas de moderação de conteúdo humano e automatizado.

Na carta, os funcionários requerem ao Facebook que se comprometa a contratar mais palestinos, publicar mais dados sobre pedidos do governo para remoção de conteúdo e esclarecer suas políticas em torno do antissemitismo.

Em comunicado, nesta terça-feira, 1º de junho, o Facebook afirmou: “Sabemos que houve vários problemas que afetaram a capacidade das pessoas de compartilhar em nossos aplicativos. Embora os tenhamos corrigido, eles nunca deveriam ter acontecido e lamentamos quem sentiu que não poderia chamar a atenção para eventos importantes, ou que acreditava que isso foi uma supressão deliberada de sua voz”.

Raquel Hoshino, Revista Oeste