Após uma série de acusações de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da Davati Medical Supply no Brasil, que alegou que o ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, teria cobrado propina em uma negociação de doses da vacina da AstraZeneca com o governo brasileiro, o laboratório britânico negou que tenha intermediários no Brasil.
Em nota, a farmacêutica afirmou que todas as doses de vacina do laboratório estão disponíveis por meio de acordos firmados com governos e organizações multilaterais, como o consórcio internacional Covax Facility.
“Sobre os questionamentos, gostaria de comentar que não houve representante da AstraZeneca e as vacinas são disponibilizadas por meio de acordos com o Ministério da Saúde e com a Fiocruz”, afirmou a AstraZeneca.
Ainda de acordo com a farmacêutica, a empresa não disponibiliza vacinas para o mercado privado nem para prefeituras e governos estaduais.
Sediada nos Estados Unidos, a Davati informou ter sido procurada por um de seus representantes no Brasil para que ajudasse a encontrar vacinas contra a Covid-19 para o país.
Por meio de um comunicado, a empresa em questão disse que buscou uma proposta ao governo federal a fim de assegurar vacinas, mas que não obteve nenhum retorno formal.
Recentemente, diversos veículos de comunicação publicaram reportagens apontando eventual fraude praticada ao longo de aquisição das substâncias contra a Covid-19. Dominguetti disse, inclusive, ter recebido de Ferreira Dias o pedido de propina de 1 dólar (R$ 4,96) por cada dose da vacina AstraZeneca adquirida pelo governo.
Diante das denúncias, Roberto Ferreira Dias foi demitido do cargo. A decisão foi tomada pelo governo ainda na terça-feira (29), após a acusação da suposta cobrança de propina vir a público.
A oficialização da saída foi publicada na edição desta quarta-feira (30) do Diário Oficial da União (DOU).
Raul Nascimento, Conexão Política