terça-feira, 29 de junho de 2021

Aluna é censurada após rebater 'professor' que chamou Bolsonaro de genocida

 

Aluna foi censurada durante aula on-line
Aluna foi censurada durante aula on-line | Foto: Reprodução/Pexels

Uma aluna do Instituto de Educação Estadual de Maringá, localizado no interior paranaense, foi censurada em aula on-line de História após questionar o professor. Na ocasião, o docente falava sobre as consequências da pandemia do novo coronavírus na saúde dos brasileiros, culpando o presidente Jair Bolsonaro por suposta demora na aquisição de vacinas. A estudante, então, contrapôs os argumentos do professor, mas teve o microfone desligado.

“Não aceito gente que defende genocida”, disse o docente. A estudante argumentou que a compra de vacinas só poderia ser realizada depois da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O professor contestou, afirmando que a jovem estava disseminando fake news. “Vocês não estão acompanhando o que está acontecendo”, asseverou. “Elas [citando outra aluna, que também o questionou] estão com problema em acompanhar os fatos.”

Em outro trecho da gravação, o professor volta a atacar Bolsonaro. “Nós temos, sim, um presidente negacionista, que anda sem máscara por aí”, acusou. “É uma vergonha, sua posição. Você está sendo negacionista”, disse à jovem. Um aluno defendeu o direito de livre expressão das meninas, enquanto outro tentou conter o ânimo do docente.

Aula de iluminismo e liberalismo é desvirtuada

Segundo a mãe da estudante, a gravação começou a ser realizada após o professor usar a aula, originalmente dedicada aos conceitos relacionados ao iluminismo e ao liberalismo, para fazer comentários sobre política. Para a mãe da aluna, o docente usou o espaço privilegiado a fim de promover suas preferências ideológicas. “Um professor tem de ensinar a pensar, mostrar todos os lados”, afirmou. “E ele trouxe uma opinião político-partidária pronta e impôs aos alunos como se fosse uma verdade. Isso não pode ser considerado uma aula.”

Após o episódio, ocorrido em 16 de junho, a estudante teve de mudar de turma devido a hostilidade de outros alunos, que deram razão ao professor.

Na última quinta-feira, 24, o Instituto de Educação Estadual de Maringá publicou uma nota de repúdio nas mídias sociais, posicionando-se “contra qualquer forma de doutrinação ou prática que exponha qualquer membro da comunidade escolar em situação de constrangimento”.

O diretor do colégio, Carlos Castilho Junior, disse ter tomado as providências necessárias. “Orientamos o professor sobre o Estatuto do Magistério, de 1971, e desaprovamos a postura dele”, afirmou. “Ele reconheceu que não foi feliz em expressar-se daquela forma e ofereceu-se para conversar com a família.”

Com informações do jornal Gazeta do Povo

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Edilson Salgueiro, Revista Oeste