segunda-feira, 28 de junho de 2021

Alexandre de Moraes articulou-se por união de partidos, sem exceção, todos envolvidos em corrupção, contra o voto auditável. Polêmico, para dizer o mínimo, Moraes fez a defesa de empresa acusada de lavar dinheiro para o PCC

 Atualizado às 10h29

A articulação de Moraes iniciou-se na segunda-feira 21, segundo a publicação
A articulação de Moraes iniciou-se na segunda-feira 21, segundo a publicação | Foto: Nelson Jr./SCO/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes atuou nos bastidores para consolidar a união de 11 partidos contra o voto auditável, informou nesta segunda-feira, 28, o jornal Folha de S.Paulo. A ideia é não provocar um novo confronto entre a Corte e o presidente Jair Bolsonaro. Conforme noticiou a Revista Oeste, siglas se uniram com a finalidade de barrar no Congresso Nacional a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permite a auditoria das urnas. Atualmente, a PEC tramita na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara.

A articulação de Moraes iniciou-se na segunda-feira 21, segundo a publicação. Durante um jantar, Moraes pediu a Bruno Araujo (PSDB), Paulinho da Força (Solidariedade), Baleia Rossi (MDB) e Orlando Silva (PCdoB) que a questão não chegasse ao STF. No podcast Supremo na Semana, o magistrado atacou a impressão do comprovante do voto. Segundo ele, a medida não contribui para a democracia. “Até agora, não apresentaram uma única fraude”, afirmou, no programa, ao mencionar que a discussão é uma oportunidade para o Tribunal Superior Eleitoral.

Especialista levanta dúvidas sobre o software das urnas

Amílcar Brunazo, engenheiro especialista em segurança de dados e voto eletrônico, afirmou que a confiabilidade das urnas eleitorais é duvidosa. De acordo com ele, o equipamento pode ser objeto de fraude. “O software é desenvolvido no TSE seis meses antes das eleições, compilado com 15 dias de antecedência, transmitido por internet pelos tribunais regionais e por cartórios, e gravado num flashcard”, explicou Brunazo, no mês passado, durante audiência pública em comissão especial da Câmara dos Deputados.

“A equipe do professor Diego Aranha, dentro do TSE, mostrou ser possível pegar esse cartão, inserir nele um código espúrio, que não foi feito pelo TSE, e colocar na urna eletrônica”, salientou o especialista, ao mencionar que os brasileiros acabam tendo de confiar no servidor que vai pôr o dispositivo na máquina. “Muitas vezes é um profissional terceirizado. Realmente, o processo eleitoral brasileiro depende da confiança de todos os funcionários envolvidos. Isso é um equívoco”, lamentou Brunazo.

Leia também: “O que você precisa saber sobre o voto impresso”, reportagem publicada na Edição 54 da Revista Oeste


Cristyan Costa, Revista Oeste


Em tempo: Indicado pelo presidente Michel Temer para a vaga que era do ministro Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF), o atual ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, teve como clientes de seu escritório de advocacia alguns clientes “polêmicos”. Em 2014, defendeu o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), envolvido na Lava Jato. Seu escritório também fez a defesa de uma empresa acusada de lavar dinheiro para a facção criminosa PCC.

Reportagem de 2015 do jornal O Estado de S.Paulo mostrou que Alexandre de Moraes defendeu em 123 processos a cooperativa de perueiros Transcooper, que atua em São Paulo. A empresa era investigada por supostamente ser uma “lavanderia” do dinheiro obtido pelo PCC. Naquela ocasião, Alexandre de Moraes, que era secretário de Segurança de São Paulo, informou ter renunciado “a todos os processos que atuava como um dos sócios do escritório de advocacia” após assumir o cargo no governo paulista. Também disse que estava de licença da OAB.

Tudo isso remete à presença de Alexandre de Moraes no STF. A 'excelência', como outros parceiros da corte, jamais estaria ali, hoje, se o Brasil fosse minimamente sério. Não surpreende que Lula tenha sido solto, após condenação, em três instâncias, a mais de 20 anos de cadeia, mesmo sendo o mais depravado dos ladrões do Brasil, que Lula seja pré-candidato a presidente da República, com apoio, óbvio, do STF, e que o Supremo tenha determinado a instalação de uma CPI pelo Senado para investigar o vírus chinês, mas sem investigar os governadores que desviaram bilhões de reais transferidos pelo governo federal para o enfrentamento da peste chinesa. Os 'ministros' do Supremo desobrigaram a presença dos governadores na CPI para explicar o que fizeram com o dinheiro dos pagadores de impostos. 

Alguém aí pensou em fraude à vista? 

Alexandre de Moraes está no lugar certo, na hora certa... Não à toa, quer eleições em 2022 com voto não auditável. 

"De onde menos se esperadaí é que não sai nada". A frase é de Aparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, o célebre 'Barão de Itararé'