quinta-feira, 26 de julho de 2018

Facebook perde US$ 119 bilhões em valor de mercado desde divulgação de balanço


As ações do Facebook recuam mais de 18% nesta quinta-feira (26), refletindo o balanço negativo da empresa divulgado na véspera, com receita abaixo das projeções e desaceleração no crescimento da rede social.
Em um dia, a empresa já perdeu US$ 119 bilhões (cerca de R$ 443,7 bilhões) em valor de mercado.
No after market (negociação após o fechamento do pregão tradicional) desta quarta (25), os papéis do Facebook caíram até 24%. Em duas horas, a gigante da tecnologia perdeu cerca de US$ 150 bilhões (R$ 555 bilhões) em valor.
No primeiro trimestre completo depois do escândalo da Cambridge Analytica, a receita total do Facebook cresceu 43%, para US$ 13,2 bilhões (R$ 47,5 bilhões), abaixo da projeção de consenso de US$ 13,4 bilhões (R$ 49,6 bilhões), no período encerrado em junho. 
O ritmo de crescimento na base de usuários também desacelerou ligeiramente. Havia sido de 13% no segundo trimestre de 2017 e agora caiu para 11%. 
Em comunicado, Mark Zuckerberg, fundador e presidente-executivo do Facebook, disse que a comunidade da empresa e seus negócios crescem rapidamente. “Temos o compromisso de investir para manter as pessoas seguras e protegidas e para continuar a criar maneiras novas e significativas de  ajudar as pessoas a se conectarem.”
A rede social tenta sobreviver às tempestades políticas criadas em torno de suas práticas de proteção da privacidade de dados de usuários e do uso de sua rede para desinformação, sem gerar rejeição pelos usuários ou anunciantes.
Os investidores vêm acompanhando com atenção se a campanha #deletefacebook afetou o crescimento da base de usuários da companhia, depois das revelações de um grande vazamento de dados para a Cambridge Analytica, consultoria política que trabalhou para a campanha de Donald Trump em 2016.
A consultoria obteve acesso a dados de 86 milhões de usuários da rede social sem o consentimento deles. Zuckerberg foi ao Congresso dos EUA responder a perguntas sobre o escândalo e passou a ser alvo de pressão de autoridades regulatórias em vários países.
As margens de lucro foram prejudicadas pelo aumento nos gastos, que inclui a contratação de milhares de novos moderadores para fiscalizar o site em busca de notícias falsas e de mensagens de ódio.
Anaïs Fernandes, Folha de São Paulo e agências