sábado, 5 de dezembro de 2015

Temer pode encontrar Alckmin e falar de cenário pós-impeachment

Mônica Bergamo - Folha de São Paulo


Michel Temer pode se encontrar com o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) ainda neste fim de semana em São Paulo. A reunião, se ocorrer, será na casa de amigos comuns.

RONDA DIURNA
Temer deve repetir a ele o que disse a senadores do PSDB em Brasília: em caso de impeachment, buscará um governo de "união nacional". E não será candidato à reeleição em 2018 –deixando o caminho livre para postulantes como o governador paulista.

RONDA
Em outubro, a coluna revelou que parlamentares ligados a Temer procuraram Alckmin para dizer a mesma coisa. O governador ouviu –mas seguiu desconfiado.

CONTA-GOTAS
O PSB pode ser um dos fiéis da balança para salvar ou derrotar Dilma Rousseff na comissão que analisará o pedido de impeachment contra ela. Pelos cálculos iniciais, a presidente tem hoje, sem o apoio dos socialistas, 32 dos 65 votos do colegiado. Falta um para alcançar a maioria e derrotar a proposta.

UM POR TODOS
O PSB, hoje dividido sobre o tema, indicará quatro parlamentares para a comissão. Caso ao menos um deles seja governista, refletindo as forças internas da legenda, o Palácio do Planalto pode assegurar a vitória nessa instância, a primeira que analisará o processo.

TODOS POR UM
O cálculo pró-governo conta com a hipótese de o líder do PMDB, Leonardo Picciani, indicar apenas parlamentares governistas para a comissão. O partido tem oito votos, o mesmo número da bancada do PT.

ELE, DE NOVO
Picciani, no entanto, vem sofrendo pressão, em especial de seguidores de Temer, para indicar também peemedebistas pró-impeachment para o colegiado. Se ele fizer isso, os cálculos mudam.

SINAIS
Dirigentes partidários que acompanham com lupa o Congresso dizem que a decisão de Picciani indicará se ele está firme com o governo, como declara –ou se já se desenha um acordo para que desembarque do apoio a Dilma, ainda que não explicitamente, fechando acordo com o grupo de Temer, que pode vir a ocupar o cargo dela.

SINAIS 2
Na opinião de um dirigente, se Picciani ceder aos oposicionistas será um forte sinal de que Temer, como já deixa transparecer, está mais do que empenhado no impeachment de Dilma.

EM LINHA
O posicionamento da Rede, de Marina Silva, e do PSOL, de Luciana Genro, contra o afastamento de Dilma também está sendo considerado crucial. Cada partido tem um voto na comissão do impeachment. Num placar tão apertado, eles podem definir o destino da presidente.