O dólar comercial subiu nesta quarta-feira (30) e fechou a última sessão de 2015 com alta de 1,83%, valendo R$ 3,948 na venda. Com isso, a moeda subiu 48,49% ao longo do ano. Nos cinco anos de governo Dilma Rousseff (PT), o dólar disparou 136,97%.
Em 30 de dezembro de 2010, antes da posse dela em seu primeiro mandato, em janeiro de 2011, a moeda valia R$ 1,666.
Veja como foi a alta do dólar nos dois mandatos de Dilma:
- 2011: + 12,15%
- 2012, + 9,61%
- 2013: + 15,11%
- 2014: + 12,78%
- 2015: + 48,49%
O dólar começou 2015 a R$ 2,659 e terminou em R$ 3,948, o que representa um aumento de R$ 1,289 ou 48,49%.
O fechamento de 2015 ficou acima da expectativa de mais das cem instituições financeiras consultadas pelo Banco Central para o Boletim Focus, que esperavam que a moeda fechasse o ano em R$ 3,90, conforme o último relatório divulgado na segunda-feira.
Ao longo de dezembro, o dólar acumulou alta de 1,58%.
Crises política e econômica
O ano foi de preocupações e incertezas, agravadas pelas crises política e econômica, o que deixou os investidores inseguros.
Após a reeleição no ano passado, Dilma e sua nova equipe econômica tinham a missão de cortar gastos e ajustar as contas públicas. No entanto, a falta de unidade entre o governo e seu principal aliado, o PMDB, atrapalhou a aprovação de medidas que poderiam ajudar a equilibrar as contas.
A situação foi se agravando e, em setembro, dez dias após o governo apresentar ao Congresso Nacional uma proposta de Orçamento para 2016 com um rombo inédito de R$ 30,5 bilhões, o país perdeu o selo de bom pagador, segundo avaliação da agência de classificação de risco Standard & Poor's.
No mesmo mês, a moeda norte-americana atingiu sua maior cotação no ano: R$ 4,146 (23/9). Esse foi o maior valor de fechamento desde a criação do Plano Real, em 1994.
Em dezembro, a Fitch foi a segunda agência a tirar o selo de bom pagador do Brasil. O rebaixamento veio um dia após o governo enviar ao Congresso uma proposta de redução da meta fiscal de 0,7% para 0,5% do PIB em 2016.
O ano terminou com a troca do Ministro da Fazenda. Joaquim Levy deu lugar a Nelson Barbosa, então Ministro do Planejamento. A mudança, no entanto, gerou desconfiança entre investidores.
Juros nos EUA
No cenário internacional, o dólar oscilou ao longo do ano conforme investidores especulavam sobre o aumento dos juros nos Estados Unidos, o que veio a acontecer somente na última reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), em dezembro.
Desde a crise financeira de 2008, a maior economia do mundo mantinha seus juros próximos de zero.
A alta dos juros nos Estados Unidos preocupa investidores, já que os títulos americanos passariam a render mais. Com isso, muitos recursos hoje alocados em países emergentes (que oferecem retornos mais altos, como o Brasil) podem migrar para os EUA.