As tarifas de energia elétrica em todo o país devem subir, em média, 15% no próximo ano, segundo projeções da Thymos Energia, consultoria especializada no setor.
A alta é um reflexo da combinação de vários aspectos, como o repasse de custos da crise setorial dos últimos anos, encargos e valorização cambial.
Até 2019, o aumento deverá se manter em ritmo superior à inflação esperada.
Consultor da FGV Energia, Paulo César Cunha, lembra que, com a falta de chuvas neste ano, "os empréstimos feitos para a compra de energia mais cara de usinas térmicas também devem pressionar as tarifas em 2016".
A expectativa de uma conta mais pesada para o consumidor preocupa especialistas, apesar de a alta prevista ser inferior à registrada neste ano -quando houve uma elevação média de 50%.
"Caso esse aumento se materialize, a pequena e média indústrias devem migrar para o mercado livre, que ficará mais atraente para comprar energia", diz João Carlos Mello, presidente da Thymos.
Os preços nessa modalidade de contratação, avalia Mello, tendem a ficar mais vantajosos, sobretudo com a entrada em operação de novas usinas de energia.
"Este novo ano promete ter aumentos menos expressivos que os de 2015", avalia Alexei Vivan, diretor-presidente da ABCE (Associação Brasileira das Companhias de Energia Elétrica).
"Além da provável maior oferta, é preciso considerar a menor demanda, com a redução do consumo da indústria em razão do desaquecimento da economia."
Medo da inflação
A rede supermercados paranaense Muffato, atualmente a sexta maior do país, deve investir cerca de R$ 100 milhões com a abertura de três lojas no ano que vem.
Das novas unidades, duas serão em Curitiba e vão funcionar no modelo de atacarejo (vendem para o atacado e o varejo), o que reflete a maior busca por menor preço em tempos de crise.
"Desde o último trimestre, percebemos que o cliente nunca esteve mais atento a promoções e disposto a mudar de hábitos", diz Everton Muffato, sócio da empresa.
Cerca de 20% do investimento previsto pela varejista para o ano que vem irá para a instalação de uma loja em Londrina, também no Paraná. Será a quarta unidade do grupo a ser aberta em um shopping center.
Em relação à desaceleração econômica, Muffato, afirma que a companhia espera que o primeiro semestre do próximo ano seja mais difícil para os supermercados do que está sendo 2015.
"A gente aposta na política de focar em descontos, como aqueles em que o consumidor paga mais barato a partir da terceira unidade. O cliente está cada vez mais preocupado com a inflação."
47
é o número de unidades em funcionamento da rede Muffato
é o número de unidades em funcionamento da rede Muffato
R$ 100 milhões
é o investimento previsto com a abertura de três lojas em 2016
é o investimento previsto com a abertura de três lojas em 2016
11 mil
é o número de funcionários
é o número de funcionários
Theo Marques - 25.fev.12/Folhapress | ||
Everton Muffato, sócio da empresa |
O que estou lendo
CARLOS EDUARDO GONÇALVES, economista, professor da USP
Professor titular do departamento de Economia da USP, Carlos Eduardo Gonçalves tem à cabeceira "Misbehaving", de Richard Thaler.
"Em prosa agradabilíssima, o autor percorre a evolução da economia comportamental nas últimas quatro décadas", diz. A área critica o pressuposto de economistas de que pessoas não cometem erros de modo sistemático.
"As pessoas do mundo real poupam menos do que deveriam e ficam muito mais incomodadas com perdas do que felizes com ganhos de mesma magnitude e por aí vai."
Os chineses foram os campeões de gastos em viagens ao exterior no ano passado, quando desembolsaram mais de US$ 164,9 bilhões, de acordo com dados da Organização Mundial do Turismo.
Os turistas da China ficaram à frente de norte-americanos (US$ 110,8 bilhões) e alemães (US$ 92,2 bilhões).
As despesas chinesas representam 13,2% do que foi arrecadado em turismo internacional no ano passado. Em 2013, eles haviam despendido US$ 128,6 bilhões, 22% a menos do que em 2014.
O Brasil terminou o ano na décima posição, com um total de US$ 25,6 bilhões consumidos em viagens a outros países. O montante despendido pelos brasileiros representou cerca de 2,1% de todos os gastos daquele ano.
Os viajantes russos, canadenses e australianos foram em sentido contrário:
tiveram seus desembolsos reduzidos na comparação de 2014 com o ano anterior.
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com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ e DOUGLAS GAVRAS