quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Eduardo Cunha afirma que Dilma mentiu à nação sobre não fazer barganha. Conta uma nova, Cunha!

O Globo


O presidente da Câmara, Eduardo Cunha concede entrevista coletiva para rebater respostas dadas pela presidente Dilma Rousseff - Jorge William / Agência O Globo



O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta quinta-feira que a presidente Dilma Rousseff mentiu à nação em rede nacional de televisão quando disse que não faria barganha sobre o caso dele no Conselho de Ética. Segundo o presidente da Câmara, Dilma chamou o deputado André Moura (PSC-SE) para propor que deputados do PT votassem a favor de Cunha em troca da aprovação da CPMF. Ele afirmou que antes da decisão da bancada do PT, o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) levou Moura ao gabinete de Dilma para que a proposta fosse feita.

— A presidente mentiu à nação no seu pronunciamento. Ontem pela manhã o deputado André Moura esteve com o ministro Jaques Wagner e ele o levou ao gabinete da presidente da República. Ela esteve com Moura barganhando pela CPMF. Me recusei a aceitar. A presidente mentiu, era uma negociação à minha revelia. Foi claramente colocado por ela — acusou Cunha.

Questionado sobre o fato de Moura ser um dos seus principais aliados, Cunha disse que não é responsável pelos atos de seus simpatizantes. Segundo Cunha, a presidente mentiu a acusá-lo de tentar barganhar. Ele disse que várias propostas de negociação foram feitas pelo governo.

— Só a minha negociação é barganha? Acho engraçado. Esse é um governo habituado a barganhar. Mas comigo (não negociaram), não participo de negociação.

Ontem, os deputados petitas anunciaram que votariam contra Cunha no Conselho de Ética da Câmara. Logo depois, Cunha anunciou que aceitava o pedido de impeachment contra a presidente

CMO APROVOU CPMF

Na terça-feira, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou a inclusão da CPMF como fonte de receita em 2016 a partir de setembro, com arrecadação líquida (o que o governo pode utilizar) de R$ 10,15 bilhões, já descontado o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), que será reduzido. A arrecadação bruta será de R$ 12,7 bilhões. O destaque para garantir a CPMF como fonte de receita foi aprovado mesmo com posição contrária do relator de receitas de 2016, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que excluiu o chamado imposto do cheque do seu parecer oficial, analisado na sessão de terça-feira.