
Rodrigo Batista e Ruben Berta - O Globo
O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, preso pela Lava-Jato em Curitiba, deixou a Superintendência da Polícia Federal nesta quarta-feira para passar o Natal e o Ano Novo com a família, no Rio de Janeiro. Ele deve ficar até o dia 2 de janeiro em casa, sendo monitorado por tornozeleira eletrônica e por escolta policial. No aeroporto de Curitiba, ele passou com tranquilidade por passageiros, sem ser hostilizado. Curiosos pararam para tirar foto dele e fazer selfies à distância.
No entanto, durante o voo, ele foi vaiado, principalmente na chegada ao Aeroporto Santos Dumont, segundo passageiros. Um carro da Polícia Federal ficou à espera dele no pátio, enquanto a imprensa o aguardava no saguão. O ex-diretor, que ficou nas últimas fileiras do avião, ainda teve que ouvir gritos de "ladrão". Uma pessoa passou mal na aeronave e teve que ser socorrida por uma ambulância na chegada.
Enquanto todos os passageiros e a tripulação saíram pela porta da frente da aeronave da Azul, Cerveró deixou o avião pela porta de trás, acompanhado de dois policiais federais.
Ele com certeza não percebeu, mas escapou ileso de um perigo adicional: o lutador de MMA Cristiano Marcello, de 38 anos, que chegou inclusive a participar de lutas no UFC num passado recente, estava entre os passageiros indignados do voo.
— Indulto de Natal? É um absurdo isso, deixa a gente muito revoltado.
Marcello não ficou perto do ex-diretor da Petrobras, mas perguntado sobre o que teria vontade de fazer se tivesse ficado, respondeu:
— Ah, sei lá... A vontade ia ser é de dar um golpe de boxe nele.
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