quarta-feira, 16 de abril de 2025

Filha de presidente da Assembleia da PB, indicada ao Tribunal de Contas do Estado, era servidora fantasma

 Alanna Galdino recebeu mais de R$ 645 mil em salários sem comprovar serviço prestado


Alanna Galdino é filha de Adriano | Foto: Reprodução/Instagram 


Uma auditoria do Tribunal de Contas da Paraíba (TCE-PB) revelou que Alanna Galdino, filha do presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos-PB), atuou como servidora fantasma. O relatório destacou a ausência de evidências de seu trabalho na Secretaria de Planejamento do Estado, onde deveria trabalhar como agente de programas governamentais. 

Alanna Galdino é estudante de medicina e se formou em Direito. Ela foi indicada para o cargo de conselheira do TCE, apesar de não ter registro na OAB. A nomeação teve o aval dos deputados estaduais, mas a auditoria recomendou que a posse seja suspensa até que haja uma decisão definitiva do caso, prevista para 23 de abril, depois dos feriados de Páscoa e Tiradentes. 

A auditoria mostrou que, entre 2012 e 2017 e de 2019 a 2025, Alanna recebeu mais de R$ 645 mil em salários sem comprovar serviço prestado — o que gerou um imbróglio judicial, pois sua nomeação é questionada pela falta de comprovação do notório saber exigido para o cargo. 

A aprovação de Alanna ocorreu em 18 de março, com 31 votos a favor, um contra e a abstenção do pai, Adriano Galdino. Inicialmente, a Justiça barrou a nomeação, mas o presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, desembargador Fred Coutinho, reverteu a decisão, ao afirmar que o processo ainda está em andamento.

MP segue contra a atuação de Alanna Galdino 

O Ministério Público de Contas da Paraíba entrou com um processo contra a nomeação, ao argumentar que a escolha de um conselheiro do Tribunal de Contas não deve beneficiar familiares de políticos.

O cargo de conselheira do Tribunal de Contas é vitalício, com aposentadoria compulsória aos 75 anos e salário de quase R$ 40 mil mensais. A indicação de Alanna foi formalizada pelo governador João Azevêdo (PSB) no dia de sua aprovação, depois de um rito que durou apenas 13 dias.


Revista Oeste