“Se Donald Trump fosse o presidente no desastre do Afeganistão, o establishment da política internacional americana estaria condenando aos berros a irresponsabilidade e imoralidade da estratégia americana”, avaliou o colunista Gideon Rachman, do jornal Financial Times. “Como é Joe Biden na Casa Branca o que existe é, no geral, um silêncio envergonhado”.
Rachman lembrou que Biden, que decidiu pela retirada americana do Afeganistão até 11 de setembro, declarou no mês passado que era “altamente improvável que o Taleban ocupe tudo e tome o país inteiro” Agora, aparentemente isso vai acontecer antes mesmo do 11 de setembro.
O colunista do FT lembra que a China já é a maior potência econômica da Ásia, mas que os EUA representavam uma garantia de segurança aos países aliados. Com o abandono do Afeganistão, como confiar que os americanos vão se comprometer, por exemplo, com a defesa de Taiwan no caso de uma invasão chinesa?
Rachman analisa que a China não deverá aproveitar o vácuo para interferir diretamente no Afeganistão, conhecido como “cemitério de impérios”. Mesmo não fazendo nada, vai sair maior com volta do Taleban.
Dagomir Marquezi, Revista Oeste