quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Comissão do Senado aprova projeto da prisão após 2ª instância, mas Alcolumbre, envolvido até a medula com os corruptos, vai segurar votação

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira, 11, em turno suplementar, o projeto que prevê a prisão de réus condenados em segunda instância. Essa fase serviria para apresentação de emendas, mas nenhum pedido de alteração foi protocolado. Com isso, o projeto vai agora para a Mesa Diretora do Senado.
CCj no Senado
CCJ do Senado aprova projeto que prevê a prisão de réus condenados
em segunda instância Foto: Gabriela Biló / Estadão

medida tem caráter terminativo, ou seja, pode ir direto da CCJ do Senado para a Câmara. No entanto, um requerimento com nove assinaturas pode alongar esse caminho e fazer com que a proposição passe pelo plenário dos senadores antes de chegar às mãos dos deputados. Há agora um prazo de cinco dias para que esse requerimento seja apresentado. Senadores já prometem entrar com recurso para que também possam examinar a matéria.
 

PARA ENTENDER

Placar da 2ª instância no Senado Federal

Confira como cada parlamentar se posiciona sobre o tema, que voltou a ser debatido na Casa após o STF vetar prisão de condenados antes do trânsito em julgado







A proposta que retoma a execução antecipada da pena enfrenta resistência do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Ao chegar para uma sessão conjunta do Congresso, na terça-feira, ele avisou que manterá o acordo para aguardar a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) apresentada na Câmara sobre a prisão em segunda instância e, sendo assim, não pautará o projeto do Senado sobre o mesmo tema. Para ele, a proposta da Câmara traz “maior segurança jurídica”.

Anticrime

A CCJ aprovou também um pedido de urgência para que o pacote de medidas do ministro da Justiça, Sérgio Moro, seja votado no plenário do Senado.
 

PARA ENTENDER

Placar da 2ª instância na Câmara dos Deputados

Confira como cada parlamentar se posiciona sobre o tema, que voltou a ser debatido na Casa após o STF vetar prisão de condenados antes do trânsito em julgado








Na terça-feira, pelo Twitter, Alcolumbre avisou que a expectativa é de que o projeto passe “sem modificações”. A bancada de Moro, no entanto, tentará encaixar ali temas considerados essenciais. “No meu ponto de vista, faltam especialmente (no texto aprovado) os dispositivos que dizem respeito a crimes contra a administração pública, como a classificação de corrupção como crime hediondo”, afirmou, também na terça-feira, o líder do Podemos no Senado, Álvaro Dias (PR). “O essencial ainda não está lá.”

Camila Turtelli, O Estado de S.Paulo