segunda-feira, 28 de novembro de 2016

"Banco do Nordeste planeja crédito em infraestrutura recorde no ano que vem", por Maria Cristina Frias

Folha de São Paulo



Neste ano, o Banco do Nordeste concedeu empréstimos em projetos de infraestrutura aquém dos feitos no passado, mas, em 2017, o valor deverá ser um recorde positivo.

A instituição tem planos de destinar R$ 6,3 bilhões a concessões de aeroportos, saneamento e tratamento de água, além de geradores de energia eólica, diz Francisco José Bezerra, superintendente de políticas de desenvolvimento.

"Até 2012, trabalhávamos muito com energia. Naquele momento, o BNDES não atuava nesse mercado. Foi quando o governo disse que o banco deveria se reposicionar e priorizar as pequenas empresas", afirma Bezerra.

Nos últimos anos, o BNB atuou em infraestrutura de maneira marginal, segundo o executivo, mas agora "há sinalização positiva, e vamos voltar com força no setor."

Parte dos aportes está comprometida: R$ 2,2 bilhões vão para projetos de energia que já venceram leilões.

"As concessionárias vão demandar R$ 7 bilhões de investimento. Nós capturamos R$ 2,2 bilhões, e outros atores, como o próprio BNDES, financiam outras partes."

O dinheiro do Banco do Nordeste vem do FNE, um fundo de financiamento para a região, que foi estabelecido pela Constituição e é composto por parte do Imposto de Renda e do IPI.

As regiões Norte e Centro-Oeste também recebem verbas para desenvolvimento, mas a fatia que vai para o Nordeste é o triplo das demais –eles ficam com 1,8%, contra 0,6% das outras regiões.

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Sem estreias

Depois de inaugurar uma fábrica e comprar uma floresta no Maranhão, a Suzano Papel e Celulose deve parar de investir em instalações, diz Marcelo Bacci, diretor-executivo de finanças.

"Não temos projeto de crescimento orgânico em curso porque não é algo que vai trazer valor para o acionista. A tendência é uma consolidação de mercado na América Latina", afirma.

O setor deve passar por uma expansão de oferta nos próximos anos. Há previsão de início da produção de uma fábrica na Indonésia e outra da Fibria, no Brasil.

O mercado já precificou a entrada de volume de papel e celulose decorrente dessas unidades, e o preço caiu, segundo Bacci.

Esse é um dos motivos pelos quais a Suzano não deve fazer investimentos em capacidade no momento.

O executivo se encontrou com grupos de investidores institucionais na Inglaterra e nos Estados Unidos e foi abordado por interessados em potencial.

Os estrangeiros perguntaram mais pela situação do Brasil do que pela Suzano, que tem a maior parte da receita em dólares.

"O sentimento deles é que agora o país tem uma perspectiva, e que o governo diz para onde quer ir, mas eles querem ver mais ação."

R$ 7,4 bilhões
foi a receita de janeiro a setembro
R$ 2,5 bilhões
foi o resultado bruto no período
R$ 19 bilhões
foram negociados em ações da empresa nos últimos 12 meses na BM&FBovespa
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Procuram-se tributaristas
Apesar da taxa de desemprego em torno de 12% no país, os escritórios de direito continuaram a contratar advogados da área tributária nos últimos meses.

E não foi só por causa da lei de regularização de ativos. Casos de tributos indiretos e ações no contencioso também têm dado trabalho a especialistas em impostos.

No BMA, três advogados tornaram-se sócios –de um total de cinco promoções– do tributário, que deverá crescer 20% neste ano em relação a 2015, segundo Paulo Bento, sócio-coordenador.

Outra fonte de demanda, para o Azevedo Sette, é o planejamento sucessório.

"Estamos com cerca de 18 planos de sucessão em andamento, de grupos familiares, empresas médias e grandes, de cinco Estados", afirma Ordelio de Azevedo Sette, sócio do escritório que leva seu sobrenome.
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Põe na tela

A Helloo, de mídia em elevadores de edifícios residenciais, vai investir R$ 24 milhões para crescer em São Paulo e abrir franquias em outras capitais do país, afirma o fundador Felipe Forjaz, ex-CEO da Elemídia.

A nova companhia, que iniciou sua operação no início deste ano, atua hoje apenas na capital paulista.

Em 2017, a previsão é investir R$ 20 milhões em equipamentos para aumentar a atuação na cidade –a ideia é chegar a 5.000 prédios. Outros R$ 4 milhões serão destinados a uma base no Rio de Janeiro.

"O plano é ganhar escala nacional, para atrair grandes anunciantes. Também vamos abrir franquias em Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador."

345 edifícios
residenciais em SP possuem hoje monitores da Helloo
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Fronteiras... O número de apreensões de cigarros ilegais em 2016 deverá ser 30% menor que no ano passado, aponta o Idesf (instituto de desenvolvimento de fronteira).
...abertas em 2015, mais de 6 bilhões de unidades foram confiscadas. O motivo, segundo a entidade, é a falta de investimento público na segurança das fronteiras.
Dinheiro... O salário-base é um dos maiores motivos de atração e retenção de funcionários no Brasil, aponta pesquisa da Willis Towers Watson, feita a cada dois anos.
...e tempo Uma novidade do levantamento deste ano foi a presença de fatores como o tempo deslocamento até o trabalho e bem-estar nas primeiras posições do ranking.
Decoração... A Saccaro, fabricante gaúcha de móveis, criou uma divisão para atender companhias internacionais. Hoje, um quarto da receita vem do exterior.
...exterior Em 2017, a empresa planeja abrir uma unidade na Colômbia e outras seis no Brasil. A previsão é faturar entre R$ 140 milhões e R$ 150 milhões no ano que vem.
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Hora do café
Tiago Recchia/Folhapress
Charge Mercado Aberto de 28.nov.2016
com FELIPE GUTIERREZTAÍS HIRATA e IGOR ITSUMI