quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Decisão do STJ é vista como senha para presos na Lava Jato fazerem delação

Vera Magalhães - Folha de São Paulo


Cai o rei de paus A decisão do Superior Tribunal de Justiça de manter preso João Procópio de Almeida Prado, acusado de gerenciar contas de Alberto Youssef no exterior, foi considerada pelos advogados a senha para que a maioria dos presos na Operação Lava Jato optem pela delação premiada. Procópio recusara o acordo judicial até agora. Diante da decisão da 5ª Turma do STJ ontem, por unanimidade, a conclusão dos defensores é que a Justiça não vai soltar ninguém que não colaborar com informações.

Chapa quente Também chamaram a atenção dos advogados, que se reuniram ontem para traçar estratégia conjunta, o fato de os ministros do STJ terem feito rasgados elogios ao juiz Sérgio Moro e afirmado que a sociedade está “cansada” da corrupção.

Querido Papai Noel De um dos estrelados criminalistas que atuam no caso, diante do rigor da corte: “Agora vai ser um salve-se quem puder para fazer delação, porque ninguém vai querer passar o Natal e o Ano Novo preso”.

Pro lixo? Procuradores e advogados têm dúvida sobre se a Justiça vai homologar a delação de Youssef. Como o doleiro já descumpriu acordo na investigação sobre as contas CC-5, sua contribuição, caso validada, pode gerar nulidade na investigação.

Apaga a luz No comando da Lava Jato, Sérgio Moro quer ficar fora dos holofotes. O juiz não deve receber título de cidadão benemérito proposto por um deputado estadual do DEM do Paraná.

Criptonita Na justificativa para a homenagem, Plauto Guimarães diz que, ao se mostrar “incorruptível”, Moro presta “inestimável serviço como cidadão a todos os brasileiros”. O juiz quer evitar a politização de sua imagem.

Ltda. Erton Fonseca, diretor da Galvão Engenharia, disse em seu depoimento à Polícia Federal que, em 2010, José Janene, “agindo de forma truculenta, afirmou textualmente que a Diretoria de Abastecimento da Petrobras era do Partido Progressista”.

Passe no caixa Janene, ex-deputado do PP que morreu no mesmo ano, teria dito ainda, segundo Fonseca, que “para que efetivamente conseguisse os contratos [na diretoria], teria que pagar”.

Fogo… A bancada do PT no Senado se re