quarta-feira, 25 de abril de 2018

Com inflação em recorde de baixa, quase 90% dos reajustes salariais de março tiveram ganho real


Foto Custodio Coimbra
O Globo
Diante de uma inflação com recorde de baixa, quase 90% (88,9%) dos reajustes salariais tiveram ganho real no mês de março. Ou seja, o aumento de salário após as negociações entre sindicatos e empresas ficaram acima da inflação. Os dados são da Pesquisa Salariômetro, da Fipe.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ficou em 1,8% nos doze meses até março de 2018 — o menor nível desde o Plano Real —, enquanto o percentual mediano dos reajustes negociados ficou em 2,5%. Ou seja, o aumento real foi de 0,7%. Os números mostram um cenário melhor para o trabalhador que em março de 2017. Naquele momento, o reajuste mediano foi de 5%, com ganho real de 0,3% para os salários.

Os reajustes salariais no país ficaram acima da inflação até 2015, mas com a crise econômica e a disparada dos preços a situação mudou. No pior momento da crise, os trabalhadores tiveram dificuldade até mesmo de repor a inflação. Aos poucos, no entanto, a inflação começou a ceder e os reajustes voltaram a ter ganho real.

A pesquisa Salariômetro destaca que o emprego formal tem registrado crescimento lento, com criação de 204 mil postos de trabalho no primeiro trimestre. Além disso, a massa de rendimentos reais do trabalho — medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE — se mantém estável há três meses.

Rio de Janeiro tem 6º maior piso salarial no país

Os dados da pesquisa mostram que o piso mediano do trabalhador brasileiro ficou em R$ 1.115 em março. O valor é 16,9% superior ao do salário mínimo, que está em R$ 954. Nos doze meses encerrados em março, o montante ficou em R$ 1.166. Entre os estados, o maior piso salarial é o de São Paulo (R$ 1.345), seguido por Santa Catarina (R$ 1.235) e Rio Grande do Sul (R$ 1.223). O Rio de Janeiro teve o sexto maior piso salarial do país (R$ 1.137), enquanto o Acre foi o estado com o menor piso salarial (R$ 970).