Mais de 60% dos quase 410 mil seguidores no Twitter do senador Alvaro Dias, pré-candidato à Presidência pelo Podemos, são, na verdade, perfis robôs, controlados automaticamente por terceiros.
A análise foi feita pelo Instituto InternetLab, centro de pesquisas dedicado a temas do direito e da tecnologia. Segundo a organização, há indícios de compra de seguidores para o candidato com o objetivo de inflar artificialmente sua reputação na rede.
A análise foi feita a partir de ferramenta chamada Botometer, da Universidade de Indiana (EUA). A tecnologia usa inteligência artificial para analisar o comportamento de contas na rede, considerando fatores como padrões de postagens e horários em que são feitas. Com ela, a organização mediu o percentual de prováveis robôs que seguem os presidenciáveis.
A análise foi feita pelo Instituto InternetLab, centro de pesquisas dedicado a temas do direito e da tecnologia. Segundo a organização, há indícios de compra de seguidores para o candidato com o objetivo de inflar artificialmente sua reputação na rede.
A análise foi feita a partir de ferramenta chamada Botometer, da Universidade de Indiana (EUA). A tecnologia usa inteligência artificial para analisar o comportamento de contas na rede, considerando fatores como padrões de postagens e horários em que são feitas. Com ela, a organização mediu o percentual de prováveis robôs que seguem os presidenciáveis.
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A partir do estudo, concluiu que, em média, 37,4% dos seguidores desses políticos são perfis do tipo. A ferramenta oferece resultados confiáveis em cerca de 90% das análises, diz a organização. Alvaro Dias foi o único com mais da metade de seguidores robôs. O segundo com maior percentual é GeraldoAlckmin, do PSDB, com 45,8%.
Francisco de Brito Cruz, diretor do InternetLab, explica que é razoável que políticos conhecidos, que têm grande número de seguidores, tenham proporções relevantes de robôs entre eles.
Isso porque muitos desses perfis, para ter aparência de usuários comuns, seguem pessoas aleatoriamente e dão preferência aos mais populares em diferentes tópicos.
Porém, no caso do senador, outro teste do InternetLab aponta para um crescimento artificial do número de seguidores. Agrupando os seguidores de Alvaro Dias em 20 faixas a partir da ordem em que passaram a acompanhar o candidato, é possível identificar uma concentração de mais de 80% de bots em nove delas. Em dois desses momentos, mais de 95% dos novos seguidores eram robôs.
Ou seja, houve momentos em que quase todos os novos seguidores dele eram perfis automatizados, o que indicaria manobra para aumentar o número de seguidores no perfil. Segundo o InternetLab, há 95% de chances de a conclusão não ser resultado de uma anomalia estatística.
Cruz diz que a compra de seguidores é vedada pelo Twitter e a lei eleitoral também impede que se use ferramentas para impulsionar publicações em redes sociais que não sejam as oficiais das plataformas, sob pena de multa.
Segundo ele, enquanto candidatos à Presidência tendem a ser mais bem assessorados e, por isso, menos propensos a usar da estratégia, o artifício pode aparecer com mais força nas eleições estaduais e para o Congresso.
Alvaro Dias, por meio de sua assessoria, informou que sua equipe de redes sociais desconhece a presença de robôs e também os métodos utilizados para identificá-los. “Medimos a quantidade e a qualidade das interações e do engajamento nas redes, o que nos diz muito mais do que o número de seguidores.”