Mais cedo nesta terça-feira, a Airbus anunciou que renomeou para A220 o modelo CSeries, da canadense Bombardier, que tem capacidade para 110 a 130 assentos.
A Airbus assumiu em julho passado o controle majoritário do deficitário programa de aeronaves da Bombardier. A companhia canadense era uma das principais rivais da Embraer no segmento de aviões comerciais de corredor único e o negócio forçou um acordo preliminar anunciado na semana passada para a Boeing assumir controle sobre os jatos comerciais da Embraer em uma futura joint-venture de 4,75 bilhões de dólares entre as empresas que depende de aprovação do governo brasileiro.
Os jatos da Embraer ajudaram na criação da JetBlue. A companhia aérea norte-americana, uma das principais clientes da fabricante brasileira, tem entre os fundadores David Neeleman, presidente do conselho de administração da companhia aérea Azul no Brasil.
No início de abril, o presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, havia afirmando a jornalistas que estava “muito otimista” sobre a encomenda da JetBlue. Na ocasião, o executivo participou de cerimônia de entrega do primeiro avião da nova família de jatos de passageiros da empresa, um E2 190, para a companhia aérea norueguesa Widerøe.
Mas nesta terça-feira, o vice-presidente financeiro da JetBlue, Steve Priest, afirmou que “nós sentimos que o 220 é perfeito para nossa rede, estratégia e experiência de cliente, e mais importante, para nossos controladores...É realmente a aeronave ideal para levar a continuidade de nosso programa de custos estruturados até a próxima década.”
Os jatos atuais 190 da Embraer usados pela JetBlue deixarão de operar a partir de 2020. Procurada, a Embraer não pode se manifestar de imediato sobre a decisão da companhia aérea norte-americana.
“É uma decisão muito inteligente da parte da JetBlue porque o A220 é um avião extremamente flexível”, disse Henry Harteveldt, analista de frota do Atmosphere Research Group, acrescentando que se trata de um “avião completamente novo” com eficiência de combustível que permitiria à JetBlue transportar “mais 20 a 30 passageiros de graça”.
A JetBlue disse que a nova aeronave será montada nas instalações da Airbus no Alabama, mas não descreveu os detalhes financeiros do acordo.
Com Reuters e O Estado de São Paulo