terça-feira, 10 de julho de 2018

Com greve (locaute), crescimento econômico de 1,5% neste ano já é visto como ‘teto do PIB’


Fábrica de veículos: produção industrial caiu 10,9% em maio


A expectativa de que 2017 seria um ano de retomada da economia está sendo frustrada a cada novo indicador divulgado nas últimas semanas, principalmente de números que refletem os efeitos da greve de caminhoneiros. A avaliação é que a paralisação freou ainda mais um ritmo que já vinha mais fraco que o imaginado. Já há quem veja um crescimento da ordem de 1,5% — consenso no mercado financeiro — como espécie de “teto” para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. No início do ano, analistas chegavam a projetar avanço de 2,9%, e os mais otimistas arriscando previsões acima dos 3%, embalados pelo crescimento acima do esperado em 2017.

— Hoje em dia, 1,5% seria o teto. É o que estamos projetando, mas esperando para ver. Em agosto (quando os efeitos da greve forem dissipados), vamos ver melhor qual é o cenário — destaca Luis Otávio Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil, que previa alta de 2,5% no início do ano.

O mercado financeiro em geral começou o ano com previsões até mais otimistas, como mostra o boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central. Na máxima do ano, entre o fim de fevereiro e o início de março, a mediana das projeções chegou a bater os 2,9%. As expectativas passaram a cair meses depois, com a dificuldade de recuperação do mercado de trabalho e despencaram de vez a partir da greve. No mais recente relatório, divulgado nesta seguna-feira, a mediana estava em 1,53%. No mesmo documento, os analistas elevaram pela oitava semana seguida a estimativa para a inflação oficial, que agora é de 4,17%. Para 2019, a previsão ainda é de crescimento de 2,5%.


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Marcello Corrêa e Ana Paula Ribeiro, O Globo