terça-feira, 19 de junho de 2018

Tailândia cumpre primeira pena de morte em nove anos

Homem que havia esfaqueado vítima para roubar

seu celular em 2012 foi executado com uma injeção letal


BANGCOC - A Tailândia cumpriu a primeira pena de morte no país em nove anos. Um homem que matou um adolescente para roubar seu celular foi executado na segunda-feira 17, causando críticas de grupos de direitos humanos. Theerasak Longji tinha 26 anos e foi executado com uma injeção, no cumprimento da pena que recebeu por homicídio qualificado. Em 2012, ele esfaqueou a vítima 24 vezes para roubar seu celular.
Protesto contra pena de morte na Tailândia
Ativistas pelos direitos humanos usam máscaras durante protesto em frente
 à prisão central de Bangkwan, em Bangcoc. No cartaz, lê-se a frase 
"Executar a justiça, e não as pessoas. Fim à pena de morte". 
Foto: AP Photo/Sakchai Lalit
Esta foi a primeira execução no país desde que dois narcotraficantes foram condenados à morte em agosto de 2009, afirmou a Anistia Internacional em comunicado, classificando a medida como "deplorável".
Theerasak foi o sétimo condenado a ser executado por injeção letal desde que a Tailândia substituiu o método anterior, quando os condenados eram mortos por um pelotão de fuzilamento. Desde 1930, 326 pessoas foram executadas no país, informou o Departamento de Correções.
O órgão disse, na segunda-feira, que a pena de Theerasak deve servir de exemplo àqueles que pensam em cometer crimes graves. "Mesmo que muitos países tenham abolido a sentença de morte, ainda há muitos outros que a usam, como Estados Unidos e China. Eles se concentram na proteção da sociedade e dos cidadãos, para que não se tornem vítimas dos crimes e fiquem acima dos direitos humanos daqueles que violaram a lei", disse o comunicado.
Segundo a Anistia Internacional, a execução foi um grande revés para o país. "Esta é uma violação deplorável do direito à vida", disse a ativista da Anistia Internacional na Tailândia, Katherine Gerson. "A Tailândia está surpreendentemente renegando seu compromisso de avançar rumo à abolição da pena de morte e rumo à proteção do direito à vida." 
Com O Estado de São Paulo e AP