
O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, disse nesta quarta-feira que vai privatizar tudo que puder, caso seja eleito em outubro. Mas Alckmin disse que não vai privatizar o Banco do Brasil e nem "a prospecção da Petrobras". Esse tema foi um problema para Alckmin em 2006, quando perdeu a eleição para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O tucano repetiu que não há "estresse" na sua campanha e que começar a campanha em julho com 10% a 12% de intenção de voto será "ótimo".
— Pretendo privatizar o máximo que eu puder. O que contestei (em 2006) foi a mentira. Não ia e não vou privatizar o Banco do Brasil, não ia e não viu privatizar a prospecção de petróleo da Petrobras. Mas há 146 empresas estatais. Sou favorável a concessões e a PPS (Parcerias Público-Privadas). E, se tiver bom marco regulatório e fiscalização. Hoje as agências estão tomadas pelos partidos políticos — disse.
Alckmin garantiu que não há "estresse" em sua campanha e afirmou que divergências são naturais dentro dos partidos:
— Não tem estresse. Em todo partido grande, às vezes você tem divergência. Isso é natural. E vamos fazer uma grande aliança. E já temos hoje praticamente cinco partidos. E todos têm o seu tempo — disse Alckmin.
O tucano foi o último a participar, já na noite desta quarta-feira, de sabatina realizada pelo jornal "Correio Braziliense".
Alckmin disse que não tem medo de possível delação de Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, apontado como operador do PSDB pelas investigações da Lava-Jato.
— Nenhum impacto (haver uma delação de Paulo Preto). Em entrevista, ele disse que nunca me cumprimentou na vida. Zero risco — disse ele.
Ao ser perguntado sobre o senador Aécio Neves (PSDB-MG), também alvo de acusações, ele afirmou:
— O PSDB não passa a mão na cabeça de ninguém, decisão de tribunal de segunda instância tem que ser cumprida, totalmente outros partidos que fazem acampamento em frente (à sede da PF em Curitiba) e elegem um imperador.
Alckmin disse que a reforma da Previdência deve ser feito e que é entendida quando bem explicada.
— Governar é escolher. A reforma da Previdência onde eu vou, bem explicada, é só palmas — disse Alckmin.
Também negou ser da Opus Dei, apesar de católico praticante, afirmando que há uma confusão com seu tio, José Geraldo Rodrigues Alckmin, que era expoente da prelazia da Opus Dei.
Cristiane Jungblut e Bruno Góes, O Globo