“O senador (Alcolumbre) me disse assim: ’Eu te ajudo, você me ajuda’. Estava desempregada. Meu salário era de 14 mil reais, mas topei apenas R$ 1.350. A única orientação erra para que eu não dissesse para ninguém que tinha sido contratada no Senado”.
Assim, com apenas um parágrafo, a diarista Marina Ramos Brito dos Santos deve trazer abaixo um dos senadores mais arrogantes que já pisou no Senado e que, do alto de sua empáfia, ousou atrapalhar toda dinâmica do estado de direito ao segurar a sabatina de um futuro ministro do Supremo Tribunal Federal.
A revelação está na capa da revista Veja.
A história se repete além de Marina: temos a Lilian, Erica, Larissa e Adriana, todas mulheres humildes da periferia do Distrito Federal. Todas nomeadas como assessoras no gabinete do poderoso senador Davi Alcolumbre (DEM-AP). Nenhuma delas dava expediente. A única função das seis era servir como intermediárias da tradicional ‘rachadinha’ – uma operação para desviar dinheiro público.
Elas recebiam salários, benefícios e verbas rescisórias mas, quem de fato ficava com o dinheiro eram pessoas efetivamente ligadas ao senador.
Na maioria dos casos, elas recebiam apenas 10% dos seus salários. Na verdade, elas nem os recebiam, já que os cartões das contas salários e as senhas para saque ficavam com pessoas próximas ao senador; estas sacavam o dinheiro e depois repassavam uma pequena fração ás mulheres. Gananciosas, ficavam até com as gratificações natalinas.
Ao todo foram desviados, no mínimo, 2 milhões de reais.
A grande imprensa brasileira ficou nos últimos 2 anos esmiuçando possíveis rachadinhas na distante Alerj – a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Bem, agora eles tem algo para investigar bem pertinho, na Praça dos Três Poderes.
Jornal da Cidade