domingo, 2 de fevereiro de 2020

"Brasil: uma fábrica de leis estúpidas", por Marcelo Rates Quaranta

Se tem uma coisa que o Brasil sai na frente em todo o mundo, é na capacidade de criar leis estúpidas, inócuas ou simplesmente risíveis. Aqui as Leis não são feitas para melhorar a vida do brasileiro, e sim para atrapalhar o máximo que puder.
Vejamos um desses exemplos: Uma Lei de autoria do Deputado Carlos Minc, do Partido Verde-Maconha, proíbe os supermercados de distribuírem sacolas plásticas aos clientes. O argumento é que as sacolas plásticas são poluidoras do meio-ambiente.
Que lindo! Palmas para o Carlos Minc e naturebas apoiadores! Quando você entra num supermercado, se depara com enormes gôndolas onde praticamente TUDO é embalado em plástico. E o que fazer com isso? Então só a sacolinha é responsável pela poluição?
O apelo é sempre o de que "a sacolinha demora 300 anos para se decompor". Puxa! Impressionante! Mas ao contrário do que as pessoas pensam e do que prega o verdejante deputado fumadinho, as sacolas plásticas que ERAM distribuídas nos mercados também são recicláveis, embora o processo seja um pouco mais oneroso.
Além disso, um estudo da Fundação Espaço Eco em parceria com a Braskem e divulgado pelo Instituto Akatu, chamado "Ecoeficiência de Sacolas de Supermercado" mostrou que existem modelos de consumo em que as sacolinhas plásticas encontradas no supermercado, são mais ecoeficientes do que sacolas oxidegradáveis ou de papel (considerando o fator "saco de lixo" da sacolinha convencional).
Então essa Lei não só é estúpida, como é idiota (redundância proposital).
A mesma estupidez está na proibição dos canudinhos de plástico. Agora as pessoas bebem seus refrigerantes em quê? Em copos de PLÁSTICO. Caraca! Quanta intelijeguência!
A questão passaria muito mais pela criação de uma usina de reciclagem, pela conscientização de reuso, descarte ou pela obrigatoriedade de sacolas biodegradáveis do que propriamente pela simples proibição. Mas aqui no Brasil é assim: Se há um poste no meio da pista, desvia-se a pista.

Jornal da Cidade