CINGAPURA - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já chegou a Cingapura para o aguardado encontro com o líder norte-coreano, Kim Jong-un. O americano aterrissou no país algumas horas após Kim chegar à cidade-Estado do Sudeste Asiático. A cúpula vai acontecer na terça-feira, na ilha de Sentosa.
Trump chegou no Air Force One, em um voo iniciado em Québec, no Canadá, onde participara da cúpula do G7. Após uma viagem de 20 horas, Trump foi recebido na base aérea pelo ministro das Relações Exteriores de Cingapura, Vivian Balakrishnan.
Perguntado por um repórter como ele estava se sentindo sobre a cúpula, Trump disse: “Muito bem”. Ele então entrou na sua limusine que o esperava.
Kim viajou a bordo de um Boeing 747-4J6 da companhia aérea Air China usado por Pequim para transportar funcionários do governo, inclusive o presidente Xi Jinping. O líder preferiu usar um avião mais novo e confiável do que os Ilyushins soviéticos da empresa estatal norte-coreana, a Air Koryo.
Ele também foi levado para o centro da cidade em uma limusine seguida por um comboio de mais de 20 veículos. O trajeto foi acompanhado por uma multidão de curiosos e teve ampla cobertura pelas redes de TV locais.
O resultado do encontro entre Kim e Trump é dado como incerto, após décadas de desconfiança entre o isolado país com armas nucleares e a superpotência mundial. O arsenal nuclear de Pyongyang, que lhe rendeu várias séries de sanções do Conselho de Segurança da ONU e ameaças de ações militares do governo de Trump, será a questão central da agenda.
Encerrar formalmente a Guerra da Coreia, 65 anos após o fim das hostilidades, também estará sobre a mesa no primeiro encontro entre o líder norte-coreano e um presidente em exercício do seu "inimigo imperialista".
O presidente americano disse neste sábado que saberá logo no início se algo de bom irá sair de seu encontro com o ditador norte-coreano. Conhecido pelo temperamento imprevisível, o republicano disse ainda que qualquer acordo que vier a ocorrer será feito "no impulso do momento", sublinhando o resultado incerto do que chamou de uma "missão de paz".
— Acho que no primeiro minuto eu vou saber. É minha intuição, o que eu sinto. Eu sou assim — disse Trump a jornalistas em uma entrevista coletiva na Cúpula do G7, em La Malbaie, Québec. — E se eu achar que não vai acontecer, eu não vou desperdiçar meu tempo. Eu não quero desperdiçar o tempo dele.
LONGA EXPECTATIVA
O convite para o encontro partiu de Kim, em março passado, em meio ao processo de reaproximação entre Norte e Sul. Desde então, o líder já se reuniu com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, em duas ocasiões, mas a cúpula com Trump chegou a ficar ameaçada pelos exercícios militares conjuntos entre Seul e Washington.
Nos últimos meses, Pyongyang libertou prisioneiros norte-americanos e desativou uma central de testes nucleares, mas ainda não deu nenhum sinal de que planeje abrir mão de seu arsenal atômico.
A cúpula de terça-feira esta programada para as 9h (22h em Brasília), no hotel cinco estrelas Capella, famoso destino turístico de Singapura. Os custos da organização do encontro são estimados em US$ 20 milhões, mas a cidade-Estado já disse estar disposta a bancar os recursos, como uma "contribuição para a paz".
O Globo