Blog Rodrigo Constantino - Veja
O discurso do ódio é a marca registrada de
Lula
Lênin ensinou aos seus seguidores: acuse o
inimigo daquilo que você mesmo faz. É a tática do espelho: sentar diante de seu
próprio reflexo e, com a maior cara de pau, atacar o outro com rótulos e
adjetivos extraídos diretamente da própria imagem abjeta. O PT, nem preciso
dizer, é um filhote do leninismo.
O excelente editorial do Estadão hoje parte exatamente desta premissa,
para concluir que nada é mais absurdo do que um Lula acusando a oposição de
semear o ódio. Lula subiu na vida pregando o ódio! E mesmo no poder continuou
fazendo a mesma coisa, dividindo para conquistar, segregando o povo brasileiro
de forma maniqueísta para se perpetuar no poder. Diz o jornal:
No desespero diante da sólida evidência de que a
incompetência de Dilma Rousseff está colocando seriamente em risco o projeto de
poder do PT, Luiz Inácio Lula da Silva apela para seu recurso retórico
predileto: fazer-se de vítima, acusar “eles” – seus adversários políticos –
daquilo que o PT pratica, transformando-os em inimigos do povo e sobre eles
jogando a responsabilidade por tudo de ruim e de errado que acontece no País.
Lula decidiu de vez “partir para cima” e deixou claro que até outubro estará se
atolando no ambiente em que se sente mais confortável: a baixaria.
Uma das mais admiráveis figuras do século 20, Nelson
Mandela, reconciliou a África do Sul – que saía do abominável regime do
apartheid – consigo mesma promovendo pacificamente o entendimento entre a
minoria branca opressora e a ampla maioria negra oprimida. Lula continua fazendo
exatamente o contrário: dividiu os brasileiros entre “nós” e “eles”,
arrogando-se a tutela sobre os desvalidos, que tem procurado seduzir,
transformando-os não em cidadãos, mas em consumidores. Um truque que, como se vê
hoje nas ruas, está saindo pela culatra.
Pois é exatamente o homem que subiu na vida com um punhal
entre os dentes, disseminando a divisão em vez da consciência da cidadania como
arma de luta contra as injustiças sociais, que agora, acuado pelo
desmascaramento da enorme farsa que tem protagonizado, tem a desfaçatez de
prognosticar que “a esperança vai vencer o ódio”.
Nem todos que condenaram as vaias e,
principalmente, o xingamento à Dilma na abertura da Copa são petistas, claro. É
legítimo considerar tal ato desnecessário, excessivo, sintoma de falta de
educação. O que é típico de petista é outra coisa: a afetação seletiva, o duplo
padrão moral, a simulação de espanto e falso moralismo, a vitimização, a
acusação de que isso é ódio de uma “elite branca”. Quem foi por essa linha só
pode ser um petista, ainda que enrustido.
O editorial finaliza com precisão: “Os líderes do
lulopetismo só estarão a salvo de vaias e constrangimentos se escolherem as
multidões que estão sob seu próprio controle”. O PT conseguiu rachar o Brasil ao
meio (na verdade, mais da metade está contra o modelo bolivariano do
PT, ainda que muitos não tenham se dado conta da urgência da necessidade que
tirá-lo do poder, mesmo sem uma alternativa maravilhosa). Apenas diante de gente
comprada haverá aplausos a este governo autoritário e incompetente.