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Financial Times classifica o reajuste no valor pago pelo Bolsa Família como medida 'acentuada' e acima da inflação
Usuários do Bolsa Família em Salvador (BA) (Welton Araújo/Agência A Tarde/AE)
O jornal britânico Financial Times classificou o aumento de 10% no valor pago como benefício aos assistidos pelo programa Bolsa Família como um "passo populista" antes das eleições presidenciais.
A publicação destaca que o reajuste do valor transferido às famílias pobres será maior que a inflação, que gira atualmente em torno de 6%. De acordo com o jornal, é a ação "mais agressiva de contra-ataque da presidente contra a oposição".
"O passo populista marca o mais agressivo contra-ataque da presidente contra a oposição que tenta diminuir sua forte liderança nas pesquisas", diz o FT. A reportagem avalia o reajuste como "acentuado" e destaca que, apesar de Dilma Rousseff continuar líder nas pesquisas eleitorais, a medida acontece dias após novos resultados de intenção de voto mostrarem queda no desempenho da presidente e avanço dos oposicionistas Aécio Neves e Eduardo Campos, pré-candidatos ao Palácio do Planalto.
Ao lembrar que o aumento anunciado na quarta-feira à noite pela presidente em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão é maior que a inflação, a reportagem diz que a medida reforça o programa de transferência de renda para os mais pobres. Essa foi a marca do período de quase 12 anos de governos do Partido dos Trabalhadores, personalizados, principalmente, na figura do ex-presidente Lula.
Atualmente, cerca de 36 milhões de brasileiros recebem o Bolsa Família. "Juntos, formam um grupo que é considerado por analistas como uma base eleitoral leal ao Partido dos Trabalhadores, particularmente no nordeste pobre do País", diz o texto.
(Com Estadão Conteúdo)