sexta-feira, 30 de maio de 2014

Brasil fica em 24º lugar em ranking mundial de crescimento econômico, mostra estudo

Ronaldo D'Ercole - O Globo

 
  • País perde de Reino Unido, Estados Unidos, que estão saindo de crise
  • Na América Latina, expansão no primeiro trimestre ficou atrás de Peru e Chile
 

O IBGE divulgou nesta sexta-feira que o PIB (soma de bens e serviços produzidos) do país teve crescimento de 0,2% de janeiro a março deste ano, na comparação com quatro trimestre de 2013, e de 1,9% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.

Na compilação da Austin, a China segue com folga na liderança, com expansão de 7,4% na comparação do primeiro trimestre deste ano com igual período de 2013, seguida de Malásia (6,2%) e das Filipinas (5,7%). Apesar da crise que resiste na Europa e na América do Norte, grandes economias dessas regiões conseguiram crescer mais que o Brasil.

O Reino Unido, o 112º da lista, avançou 3,1% no primeiro trimestre, enquanto os Estados Unidos e Alemanha (21º e 22º, respectivamente) tiveram taxa de expansão de 2,3% sobre o primeiro trimestre do ano passado.

No ranking do primeiro trimestre de 2013, também elaborado pela Austin, o Brasil aparecia na 11ª posição, igualmente com uma expansão de 1,9% sobre os primeiros três meses de 2012.


Alex Agostini, economista-chefe da Austin, chama a atenção para o fato de que, além dos asiáticos Indonésia, Tailândia e Filipinas, o Brasil agora cresce menos também que boa parte das economias do Leste Europeu, como Lituânia (3,1%), Letônia (2,8%), Eslováquia (2,4%) e Polônia (3,3%).

— Nos últimos 20 anos, desde o Plano Real, o Brasil cresce a uma taxa média de 3% ao ano, com uma inflação média de 7,2% ao ano, situação diferente dos países do Leste Asiático, que, depois da crise de 1997 na região, conseguiram se recuperar e têm inflaçao menor que a brasileira — observa Agostini, acrescentando: — Isso significa que o Brasil tem problemas crônicos de ordem doméstica na condução da política macroeconômica, porque não consegue crescer mais nem combater a inflação.

Agostini lembra ainda que, mesmo as economias desenvolvidas como as da Alemanha e dos Estados Unidos, que normalmente crescem pouco, apesar da persistência da crise já superam o Brasil.

— Esse crescimento de 1,9% no trimestre mostra que o país não consegue achar a direção correta de sua política econômica.

No Brasil, o consumo das famílias caiu 0,1% no primeiro trimestre do ano frente aos últimos três meses de 2013, pela primeira vez desde o terceiro trimestre de 2011, quando havia encolhido 0,3%. A agropecuária avançou 3,6% na mesma comparação. Já a indústria caiu 0,8%, no terceiro trimestre consecutivo de recuo. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), indicador de investimentos, também encolheu: 2,1%.