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Quadrilha importava cocaína de Bolívia e Paraguai e a enviava para a Europa dentro de contêineres. Penas podem passar de cinquenta anos de prisão

Fuzil AK-104 de origem Russa compartimentado para disparar munições 7,62 x 39 milímetros, arma de Alta Letalidade - Veja.com
O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo denunciou nesta segunda-feira nove pessoas acusadas de traficar cocaína no interior do Estado e enviar a droga ao exterior pelo Porto de Santos (SP). A acusação formal dos suspeitos à Justiça é um desdobramento da Operação Hulk, da Polícia Federal (PF), deflagrada no fim de março em conjunto com a Operação Oversea.
Segundo o MPF, dos nove suspeitos, sete foram presos preventivamente, um está foragido e outro é de nacionalidade portuguesa. Todos foram acusados de tráfico internacional de drogas e associação para o crime. Um dos investigados também pode responder por contrabando de armas. Caso sejam condenados, podem receber pena de mais de cinquenta anos de prisão.
Juntas, as operações apreenderam 3,7 toneladas de cocaína – o equivalente a 10% do que a PF apreendeu no Brasil em 2013. Coordenada pela PF na capital paulista e no interior, a Operação Hulk foi responsável por recolher cerca de 500 quilos de cocaína e armamento pesado.
De acordo com as investigações da PF, a quadrilha comprava droga de fornecedores na Bolívia e no Paraguai e transportava em carros pelo interior paulista até o Porto de Santos, onde a cocaína era despachada dentro de contêineres para a Europa. Dois dos denunciados seriam responsáveis por negociar a droga com dois fornecedores dos países vizinhos. Quatro criminosos auxiliavam no transporte, na armazenagem e na remessa da droga dentro dos contêineres. Um receptador resgatava os malotes na Europa.
A Operação Hulk começou a ser preparada em maio de 2013, quando os investigadores interceptaram um caminhão na Rodovia Raposo Tavares, em Cotia (SP), a partir de uma denúncia anônima. Na ocasião, duas pessoas foram presas. Além de 293 quilos de cocaína, os agentes apreenderam dois fuzis automáticos, dezessete pistolas semiautomáticas e munição.
“A significativa quantidade de entorpecentes e armas apreendidas denotava claramente a existência de um grupo de pessoas (articuladas entre si) a financiar, dar suporte e a beneficiar-se diretamente daquela traficância, no que aquelas duas pessoas presas não passavam de meras transportadoras (ou 'mulas') dos bens ilícitos apreendidos”, diz a denúncia do MPF.