segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Ibovespa sobe 1,26%, aos 107.378 pontos, e tem maior fechamento desde fevereiro; dólar vai a R$ 5,43

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(Shutterstock)

Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira (23) em meio à notícia de que a vacina desenvolvida pela universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca mostrou uma eficácia média de 70% em prevenir a contaminação dos participantes, chegando até 90% em um dos métodos de aplicação.

Esta é a única profilaxia que possui acordo firmado com o governo federal brasileiro. Pelo acordo firmado, a produção local de cerca de 100 milhões de doses será realizada pela Fundação Oswaldo Cruz, ao custo de R$ 1,9 bilhão.

As bolsas americanas encerraram o dia em altas entre 0,22% e 1,12%.

Por aqui, o Ibovespa subiu 1,26%, aos 107.378 pontos com volume financeiro negociado de R$ 28,45 bilhões. Foi o maior patamar de fechamento do benchmark desde 21 de fevereiro, quando o principal índice da B3 encerrou a sessão cotado em 113.681 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial registrou valorização de 0,88% a R$ 5,432 na compra e a R$ 5,433 na venda. O dólar futuro com vencimento em dezembro registrava alta de 1,16%, a R$ 5,443 no after-market.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 subiu quatro pontos-base a 3,40%, o DI para janeiro de 2023 teve alta de nove pontos-base a 5,20%, o DI para janeiro de 2025 avançou oito pontos-base a 7,04% e o DI para janeiro de 2027 registrou variação positiva de quatro pontos-base a 7,80%.

Entre os indicadores, os economistas do mercado financeiro projetam uma queda menor para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, revelou o Relatório Focus do Banco Central. De uma queda de 4,66% na semana passada, agora a mediana das projeções foi para uma retração de 4,55%. Já para 2021, a previsão para o crescimento do PIB foi elevada de 3,31% a 3,40%.

Em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a mediana das projeções subiu de 3,25% para 3,45% em 2020 e de 3,22% para 3,40% em 2021.

Para o câmbio, os economistas reduziram suas expectativas para o dólar ao fim de 2020, caindo de R$ 5,41 para R$ 5,38. Em 2021, as projeções se mantiveram em R$ 5,20.

Já para a taxa básica de juros, Selic, as estimativas continuaram em 2,00% ao ano para 2020, mas foram elevadas de 2,75% para 3,00% ao ano para 2021.

Guedes defende teto em 2021

Em entrevista publicada no jornal Valor, Guedes afirmou que o Brasil está praticando a recomendação do Fundo Monetário Internacional (FMI) de manter suporte para a economia durante a crise do vírus chinês, mas afirmou que o governo pretende deixar de gastar acima do teto a partir de 2021.

“Prorrogamos duas vezes auxílio emergencial. Renovamos a primeira vez em R$ 600. Depois renovamos novamente até o fim do ano mas desta vez em R$ 300. Nós já estamos praticando o que eles estão falando. Temos praticado a retirada gradual”, afirmou.

O decreto de calamidade pública do governo em decorrência da pandemia expira no final de dezembro. Caso não seja renovado, o governo perde a prerrogativa de se endividar sem limites, levando ao fim do Orçamento especial criado para se contrapor aos efeitos da pandemia.

O Orçamento regular de 2021 é limitado pelo teto de gastos, e está quase todo comprometido com despesas permanentes, como salário de servidores e Previdência. O governo busca junto ao Congresso formas de viabilizar um programa mais amplo do que o Bolsa Família sem estourar o teto de gastos, mas, até o momento, sem sucesso.

Em sua entrevista ao Valor, Guedes afirmou que o plano do governo é voltar em janeiro ao padrão fiscal limitado ao teto de gastos. O motor do crescimento seriam, então, os investimentos privados que, em sua visão, seriam estimulados por novos marcos regulatórios, como saneamento, gás natural, cabotagem, setor elétrico, petróleo e 5G.

Destes, o único aprovado e em vigor é o do saneamento. “Estamos aprovando os novos marcos regulatórios exatamente para transformar a recuperação cíclica baseada em consumo em retomada de crescimento auto sustentável com base em investimentos”, afirmou o ministro.

Vacinação no Brasil

Na sexta-feira, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou uma alteração nos protocolos dos testes clínicos da vacina contra a covid desenvolvida por AstraZeneca e Universidade de Oxford. De acordo com informações obtidas pelo jornal Valor, trata-se de uma mudança nas análises estatísticas dos resultados dos testes. A alteração ocorreu um dia após dados dos testes de fase dois da vacina terem sido publicados.

Além disso, um documento foi assinado em agosto entre governo do Paraná e o Instituto de Pesquisa Gamaleya, ligado ao governo russo, para produção local da vacina Sputnik V, que já teve resultados preliminares de testes de fase 3 divulgados no início de novembro, sem passarem, no entanto, por publicação em revistas científicas independentes.

Ocorrem no Brasil também estudos clínicos do produto desenvolvido por BioNTech e Pfizer, e do produto desenvolvido pela Janssen em parceria com Johnson & Johnson. Ainda não há, no entanto, um acordo firmado pelo país para a compra desses produtos.

O governo federal afirma que estuda a compra das vacinas de Janssen, Instituto de Pesquisa Gamaleya, Moderna e Covaxin, da Índia.

Radar Corporativo

O presidente do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), Italo Fioravanti Sabo Mendes, suspendeu na sexta-feira liminar concedida na véspera que determinava o afastamento temporário de diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Operador Nacional de Saúde (ONS), após o apagão energético que assola o Amapá.

Maiores altas

ATIVOVARIAÇÃO %VALOR (R$)
PRIO36.9428446.21
CSNA36.7533821.34
BRFS35.8173122.01
PETR45.6659624.99
USIM54.9822111.8

Maiores baixas

ATIVOVARIAÇÃO %VALOR (R$)
CRFB3-5.1986319.33
PCAR3-3.3561670.55
CIEL3-3.076923.78
MGLU3-2.7272723.54
HYPE3-2.6534530.45


A Suzano anunciou na sexta com a fabricante de celulose especial Bracell para venda de terras, florestas e madeira, em uma transação que totaliza cerca de R$ 1 bilhão voltada a reduzir o endividamento da companhia.

As terras estão localizadas no Estado de São Paulo, onde a Bracell tem fábrica e está investindo em um projeto de expansão que tem conclusão prevista para 2021.