Dois mandados de prisão em São Paulo e seis de busca e apreensão em Alagoas e no Rio de Janeiro são cumpridos na manhã desta quarta-feira (19), na 72ª Fase da Operação Lava Jato, batizada de “Navegar é preciso”, em investigação de pagamento de propina no âmbito da Transpetro, subsidiária da Petrobras.
A força-tarefa da Lava Jato investiga pagamento de propina a funcionário da estatal por um estaleiro contratado por R$ 857 milhões para fornecer navios à Transpetro. O valor da propina, o nome do estaleiro e do funcionário não foram divulgados pela PF.
O ex-senador cearense Sérgio Machado (MDB) foi presidente da Transpetro por mais de 11 anos, por indicação do senador Renan Calheiros (MDB-AL).
As investigações apontam que uma organização criminosa fraudava as licitações pagando propina a altos executivos da Petrobras e empresas a ela relacionadas, como a Transpetro.
Navegando na propina
A PF explicou que o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro funcionava por meio de contratos de compra e venda de navios pela Transpetro com o estaleiro através do Promef, programa do governo federal para a reestruturação da indústria naval brasileira.
A contratação desconsiderou estudos de consultorias que apontavam que o estaleiro não teria as condições técnicas e financeiras adequadas para a construção dos referidos navios.
O pagamento de propina ao então executivo da Transpetro, segundo a PF, teria sido disfarçado através de um contrato falso de investimento em uma empresa estrangeira, que previa o pagamento de uma multa de R$28 milhões, em caso de cancelamento do aporte.
O contrato foi feito entre uma empresa do grupo dos investigados relacionados ao estaleiro e uma empresa ligada ao executivo da Transpetro. A remessa dos valores da vantagem indevida teria sido feita por meio de várias transferências, através de contas bancárias no exterior.
Diário do Poder